13 de fevereiro de 2013

LAURO BACCA


Hotéis, gás, índios, onças

Em 2010 procurei um bom HOTEL para hospedar um grupo de amigos em Blumenau e me decepcionei com a qualidade de mais da metade dos hotéis e pousadas visitados, principalmente no que diz respeito ao quesito atendimento. Tratei disso em 28 de agosto de 2010 aqui na coluna. Na ocasião, Emil Chartouni solicitou e lhe repassei mais detalhes. Agora fico muito feliz, quando leio no Santa (9 e 10 de fevereiro), que a qualidade de cinco grandes hotéis melhorou nos últimos cinco anos em Blumenau. Maravilha, que continue assim!

Na sexta feira, Francisco Fresard informou que SC já consumiu seis bilhões de metros cúbicos de GÁS NATURAL, desde 2000. Notícia quase normal para o mercado, só que nos acostumamos tanto com o gigantismo dos números e com o dogma do crescimento contínuo da economia, que nos esquecemos da finitude dos recursos naturais, não importa quão abundantes sejam, em alguns casos. Números como esses deveriam fazer nos lembrar que vivemos num sistema autofágico, em rota decididamente suicida, portanto sem futuro a longo prazo.

De volta à edição do fim de semana, é de se lamentar que o asfaltamento da SC-477 seja desviado para traçado alternativo, por conta de indefinição jurídica sobre a ampliação da TERRA INDÍGENA em José Boiteux. Concordo em princípio com essa justa ampliação, mas discordo da absurda falta de critérios ambientais por parte da Funai que, na demarcação da ampliação da Terra Indígena, ignorou a existência, ali pertinho, da Reserva Biológica Estadual do Sassafrás, cujas matas preservadas são de vital importância para todos nós, “brancos” ou índios.

Já na TV, o Globo Rural de domingo exibiu reportagem sobre o bem vindo crescimento do turismo “ecológico”, de observação de magníficas ONÇAS PINTADAS no Pantanal Matogrossense. Como no caso das baleias, está-se sepultando o funesto mito de que onça boa é onça morta. Um dos biólogos mostrados pela reportagem é Fernando Tortato, mais um egresso que honra a Furb, onde se formou. Acompanhei a persistente dedicação desse ex-aluno por anos seguidos, lá no Pantanal, pelos “emeios” entusiasmados que me enviava. Os bons resultados começam a aparecer, mostrando a viabilidade da preservação e nos dando esperanças de reversão da tendência suicida da atual sociedade humana.

Lembrando: turismo ecológico e natureza protegida também ajudam na ocupação de hotéis e pousadas e movimentam a (boa?) economia.


Autorizado pelo autor.
também publicado em: www.santa.com.br

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