MANOEL JOAQUIM DA BOSTA - XXXII

O Rei não recebendo mais visitas regulares no Paço Real, dos nobres do reino, estes, aliás, cada vez mais distantes do Monarca. Assim Vossa Majestade Real, decidiu fazer breve viagem para terras não muito distantes, onde sabia que haveria um nobre com título de Sir, conhecido nesse grandioso planeta terra, pelos seus maravilhosos dotes musicais. Queria marcar audiência com o mesmo, para saber o quê acontece além continente. Teve que se contentar em somente apreciar o espetáculo, como os demais simples mortais. Nem teve o privilégio de ser aceito no camarim, alguns plebeus o foram. Mas insistiu, queria de todo o modo à atenção do Sir, assim encaminhou bilhete ao palco, solicitou que ao menos fosse atendido em um único desejo. Queria ouvir a música Goodbye ou Adeus, tradução para a língua pátria. Também esse mimo não recebeu. Esse pedido talvez seja premonitório. A comitiva do Rei foi pequena, mas nem mesmo assim a viagem passou despercebida. Não se fez presente em grande audiência para tratar de assuntos importantes e urgentes para o reino. Novamente os habitantes dessas terras maravilhosas e gentis, sentiram-se desamparados. O Conselho Legislativo aprovou a lei da Carroça da Coleta. Alguns membros falam que haverá melhor controle na venda de bebidas, sendo que isso já não é permitido aos miúdos, outros falam no clamor popular, outros somente querem reprimir, enfim um sacrilégio com a Carta Magna. Já tivemos até tempos piores que a monarquia, onde os milicianos ditavam as cartas, e eram comuns Atos Institucionais, que proibiam tudo aquilo que queriam. É com esse tipo de desrespeito a Lei Maior que as nuvens negras se formam sobre um povo. Querem alijar a liberdade, e impor os seus interesses escusos. No presente momento, somente é uma farsa montada com fins de tentar a reeleição para o cargo de membro do conselho. Deveremos ficar de olho neles, quem faz isso, também faz mais. Mas é aguardado que entidades irão discutir o assunto no Conselho Judiciário. Acho justo se o for. Muitos da província ao norte ficaram injuriados pelo desrespeito com os seus falecidos entes queridos. Um beliscante de alto cargo junto ao Paço Real reuniu sua trupe de estrelas, designação essa que gostam, e fizeram um verdadeiro acinte com os mortos. O desrespeito foi tal, que se houve falar até em profanação de túmulos. Mas é o que se pode esperar dos aliados do Monarca. Poderiam ter aproveitado e convidado o Rei, assim poderiam ter cantado para ele a canção Goodbye. Haveria com certeza um catarse coletivo. Aos beliscantes do paço resta pouca esperança de dias melhores, no momento balançam de um lado para outro, somente pensam naquilo que restará aos mesmos no ano vindouro. Muitos nobres e a maioria dos plebeus querem que para eles sobre o pão que o diabo amassou. O nome de Nicoro continua em alta reputação. Assim, muitos se aproximam do mesmo e são arrogantes ao ponto de solicitar que o mesmo seja o braço direito na luta pela república. Mas o povo quer o inverso. Eu prefiro manter-me um pouco distante disso, tenho diversos afazeres, bem como, a doce e amada exige muito do meu tempo. Mas a mesma é merecedora. Assim cuido, para sempre ter disposição, quem ajuda nisso é um monte de...ovos de codorna.

M. J. Da Bosta

Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência.