21 de agosto de 2011

LAURO BACCA





Propagandas memoráveis
(Ao caro e paciente veterano Cao Hering; ao formando Leandro Werner Ribeiro, “Makako”)

Somos bombardeados diariamente por propagandas, das escancaradamente explícitas até as subliminares mais sutis. Elas são a parte agradável, prazerosa até, deste monstro que está rapidamente exaurindo os recursos naturais do Planeta, que é a sociedade de consumo, ou, seu filhote ainda mais nefasto, a sociedade de compra. Confesso que tenho admiração (não mais secreta) pela inesgotável criatividade, refinado humor e incrível capacidade de dar seu recado, numa única imagem, em tão poucas palavras, num curtíssimo tempo de rádio ou TV.

A quase totalidade de antigas e memoráveis propagandas que me lembro são “jingles” – comerciais cantados, o que evidencia a eficiência do método. A maioria é do tempo do rádio. Por falar em rádio, como chamava atenção o som da corneta que anunciava as edições extraordinárias da Rádio Nereu Ramos. Todos paravam, num misto de ansiedade e expectativa, diante do que estava por vir! Pena que das páginas do Santa não ecoe música. Os textos que seguem provavelmente não coincidirão com os originais, mas são como os lembro, prova de que o objetivo do publicitário que os bolou foi conseguido, de “enfiar” a mensagem no meu cérebro. Daí para o gol, ou seja, o consumo, antigamente ou agora, lamento decepcioná-los. Ou será que não?

“Se a lâmpada queimar/ não adianta estrilar/ nem bater o pé/

O que resolve/ é ter logo à mão/ lâmpada GE

Se você acende a lâmpada GE/ nota a diferença, é lâmpada GE/

Peça a marca e bata o pé/ quando precisar/ compre lâmpada GE!”

“Escove os dentes/ após as refeições/ mas se não puder/ esta é a solução:

Pela manhã escove os dentes/ com creme dental Gessy,

E passe todo o dia com aquela sensação de bem-estar que só Gessy pode lhe dar

Creme dental gessíííii!”

Essa era de uma pioneira rede de supermercados de Blumenau:

“Pfuetzenreiter, Pfuetzenreiter/ É a minha economia/ Quem vai no Pfuetzenreiter,

Compra com mais alegria!”

Incrível como conseguiram fazer de uma sopa de letrinhas, como diria Jô Soares, um simpático “jingle”!

“Tóc, tóc, ...

- quem bate ?

- é o friiiiiioo !!

- Não adianta bater/ eu não deixo você entrar/

As casas Pernambucanas/ é que vão aquecer o meu lar/

Vou comprar flanelas, lãs e cobertores eu vou comprar/

Nas casas Pernambucanas e nem vou sentir/ o inverno passar!”

Na política: “Bom senso recomenda/para o cargo um homem de valor

O bom senso recomenda/ Celso Ramos prá governador”.

Celso Ramos foi governador de 1961 a 1965. Na campanha eleitoral, eu tinha menos de 10 anos. Rádio ... casa da avó ... que lembranças!"


também publicado em: www.santa.com.br


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