MANOEL JOAQUIM DA BOSTA XXXVIII

"Com as chuvas dos últimos dias, os plebeus entusiasmados, pegaram as suas varas de pescar e se sentaram nas barrancas dos rios que cortam o reino. Queriam saborear um bom peixe. Mas a pescaria se mostrou minguada. Os rios dessas terras maravilhosas e gentis não possuem mais abundância de peixes. Muitos se perguntam onde foram parar os carás, os jundiás, as piavas, as traíras, peixes que sobejavam nos nossos rios. Mas a poluição já é fato, sendo que não existe nenhum movimento maior para a conservação dos mesmos. Continua o velho costume de se jogar tudo nos rios. Nem saneamento sanitário adequado existe no reino. Para ter-se à mesa um peixe fresco, somente para os que possuem lagoas em suas propriedades. Mas temos traíras que abundam nos partidos republicanos. Em todos os tempos sempre houve traidores dos ideais de um partido. Esquecem os interesses de uma população e os seus mesquinhos interesses pessoais advém. Muitos nobres e a maioria dos plebeus procuram homens probos, que possam tirar essas terras do marasmo e que o progresso continue. Mas aqueles que receberam a confiança do povo e assim conseguiram uma cadeira no conselho de legisladores, apunhalam pelas costas. Querem somente continuar a encher a sua burra de dim dim. Membro do conselho em recente reunião foi impedido de falar. Presidente do mesmo acredita que pode instituir a mordaça aos seus pares. Ao menos surge no horizonte um raio de luz, a bandeira vermelha foi desfraldada. Partido revolucionário toma as dores e mágoas dos habitantes, se coloca à frente pela restauração da república. Os plebeus vêem com muita alegria essa decisão. Ao menos não perdem a esperança por dias melhores. Com traições acontecendo, bem como alianças escusas à vista, será um opção para muitos. Semanário do Reino traz notícias e críticas veementes aos que cuidam do patrimônio histórico do reino. Não se consegue entender a quem as suas palavras realmente querem atingir. Desconfia-se que são meramente críticas pessoais, ou querem fritar beliscante de primeiro escalão do Monarca. Mas a causa em discussão é nobre, os nobres possuem recursos suficientes para a manutenção de velhas construções, o plebeu somente tem como opção a ruína. É lhe mais conveniente construir uma casa nova, os custos são menores. É difícil entender que existe lei que os obriga a deixar a velha construção em pé, sem ao menos conseguir alguma ajuda financeira. Assim os plebeus esperam as construções ruírem para após fazerem a derrubada completa. O Monarca deverá rever essa situação, senão a nossa história irá ser perdida. Os plebeus com dificuldade de acesso a vacina para doença respiratória, agradecem a aqueles que lutaram e conseguiram trazer para o reino o santo protetor. Assim não precisam mais recorrer as suas infusões, que pouco os protegem. Manifestam seu repúdio a aqueles do conselho legislativo que somente requerem, sendo que papéis não auxiliam. Também para o Rei a situação irá trazer surpresas no dia do plebiscito. Eu devidamente protegido, tomei a minha pica no estrangeiro junto com a doce e amada. Continuo disposto e esfomeado, assim sempre me sirvo de minha gamela recheada de muitos...ovos de codorna.


M. J. Da Bosta"

Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência.