18 de junho de 2012

CEZAR ZILLIG


"OUTRA FACE DA MODA


" O homem perdeu sua capacidade de prever e prevenir.


Ele acabará destruindo a Terra." (Albert Schweizer)

Os absurdos ecológicos cometidos no campo e na floresta ocorrem por tácita encomenda do citadino, embora este não se aperceba. Tome-se, por exemplo, o guarda-roupa. Ele não precisa abrigar um casaco de peles para ser antiecológico, basta abrigar peças da moda.


A tão inocente e jovial prática é uma iníqua forma de consumismo, um deliberado culto ao supérfluo.


Em nome da moda, milhões, bilhões de pessoas desprezam verdadeiras montanhas de roupas tão logo finde uma estação do ano e “renovam” seus guarda-roupas. De onde vêm as novas roupas? Procedem das monoculturas que substituem ecossistemas inteiros, simplesmente para satisfazer um gosto duvidoso e induzido. Em se tratando de indumentária, mesmo os que não tenham a veleidade de “andar na moda”, têm hábitos ecologicamente questionáveis; de maneira geral, possui-se muito mais roupas que o necessário. As roupas um pouco puídas ou esmaecidas são substituídas; não são usadas até seu derradeiro fim.


No entanto, o item vestuário é apenas um entre infinitos absurdos ecológicos praticados no seio da “sociedade de consumo”. Induzidos pela propaganda, mola propulsora do consumo e da obsolescência programada, destrói-se a biosfera.


No mundo civilizado influenciado pelo “american way of life”, há uma compulsão em construir espaços cada vez maiores, mais coloridos, revestidos, iluminados, climatizados, sonorizados, etc. tudo sacado ao meio ambiente.


Talvez, em seu subconsciente o homem moderno busque se encapsular ciberneticamente ante um mundo exterior cada vez mais degradado e poluído, resultante de seu equivocado modo de viver.


A sociedade moderna está refém de uma diabólica armadilha: o supérfluo consumido numa ponta do processo é a justificativa do salário da maior parte da humanidade na outra.


Imagine quanta gente ficaria desempregada se não existissem a moda e a publicidade, só para ficar em dois itens.


Atingir o necessário Equilíbrio Sustentável é complexo e crescimento sustentável num planeta finito, como a “Presidenta” alardeia pelos salões da Rio+20, é absurdo.


(A questão não é nova: o argumento e muitas sentenças deste artigo é “reciclado” de outro, publicado no SANTA em 16 de junho de 1989). "

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Também publicado em: http://www.santa.com.br/


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