CESAR ZILLIG

Também publicado no www.santa.com.br

"INSALUBRIDADE SELELTIVA?
“Que invalidez teria provocado o afastamento definitivo de tanta gente – 43,6% - dos quadros da Assembléia catarinense?”
É curioso que semelhante pergunta só tenha ocorrido a um órgão de imprensa – a edição de 25 do corrente, do Jornal de Santa Catarina, no caso, em sua coluna “Opinião da RBS”.
Quando quase metade das aposentadorias de um determinado quadro de funcionários é motivada por invalidez, então se está diante de fato deveras grave. Algo conspícuo ocorre e clama por pronta averiguação a partir de ângulos e interesses os mais diversos. Em primeiro lugar, deveria despertar os cuidados da saúde pública, pois sugere uma calamidade sanitária. Seria acaso uma epidemia? Uma endemia? Há evidencias de contágios? Há que desinfetar ou mesmo se interditar ou o setor? Quais seriam as medidas preventivas? Desde quando aqueles abnegados funcionários vêm sendo expostos a tal flagelo?
A aberração deveria despertar também o faro científico da comunidade universitária da ilha; afinal, tão escandalosa estatística pode abrigar material para o desenvolvimento de teses e publicações acadêmicas possibilitando enriquecer currículos de mestres e doutores. À Medicina do Trabalho cabe desvendar o enigma de qual seria a enfermidade que incapacite o enfermo de maneira tão seletiva impedindo-o de executar tão somente suas funções como servidor público, resguardando caprichosamente sua aptidão para execução de atividades semelhantes quando em outros ambientes como o exercício da advocacia e ocupação de cargos de conselheiros em outros órgãos públicos. Ao que consta, a medicina mundo afora desconhece este singular e voluntarioso mal.
Infelizmente a nota do SANTA foi um tanto sumária deixando de esclarecer se o sindicato da categoria já cobrou das autoridades alguma providência no sentido de proteger seus associados desta insólita insalubridade.
Muitos outros setores da comunidade catarinense deveriam estar investigando este sorrateiro caso; inclusive a polícia.
A questão veio a lume por iniciativa de um deputado; infelizmente o SANTA não citou o nome deste intrépido e perspicaz parlamentar. O povo catarinense deve-lhe uma estátua em praça pública."