MANOEL JOAQUIM DA BOSTA XXIII

O Monarca entrou em férias. Encontra-se estafado. Precisa recarregar as suas energias, necessita de um breve descanso. Com certeza irá fartar-se nesse período de sua fruta preferida, a melancia. Talvez seja por que a mesma cresce rastejando, como ele gosta que os seus súditos se comportem, ao solicitar algo. Irá carecer estar recomposto para o período que antecede o plebiscito, necessita visitar toda a côrte e províncias. Precisa sentar-se a mesa com muitos habitantes do reino, comer aquilo que não aprecia, e falar como é bom. Assim, a doce e amada, nossa querida e estima vice-rainha, irá ter o seu tempo de poder. Muitos do reino acreditam que ela deveria entrar junto na luta pela república, quem sabe até ser a primeira mandante após a monarquia. Mas essa decisão somente poderá ser tomada por ela com a anuência dos seus colegas de partido. Mas, os mesmos talvez não queiram dar essa oportunidade. O consenso será difícil de conseguir-se. Os habitantes do reino acordam sobressaltados, não são os trovões que fazem isso, mas sim, explosões planeados por muitos ex-ladrões de galinhas e aipim, que conseguiram formação graduada num modo eficaz de surrupiar o dim dim guardado em cofres das casas monetárias do reino. Como é prioridade resolver esse assunto e muitos mais, a luta pela moralidade nas escolas está em passo lento, mas o messias revoltoso não desiste. Recebeu carta de Ouvidoria, na qual consta que o assunto encontra-se em pauta. Muitos ainda serão chamados para prestar esclarecimentos aos Milicianos, antes do Conselho de Justiça pronunciar-se. Existe trio, ou melhor, um quarteto, que se uniu para tentar refrear os ideais do messias e a divulgação dos panfletos pelos seguidores. Acredita-se que isso é momentâneo, não conseguirão implantar definitivamente a censura nessas terras maravilhosas e gentis, não poderão calar todos os habitantes. Quando os panfletos trazem verdades que somente querem que não sejam apreciados, não terão êxito para sempre. Muitos e a maioria dos plebeus estão preocupados. A reurbanização da côrte trás inquietação. Principalmente ao fato de quererem reutilizar as velhas pedras para a estrada, muitos preferiam uma estrada preta, quem sabe falta um facão cromado, para impor a preferência da maioria, mas poucos, alguns gatos pingados como se diz, acham-se no direito da escolha. O medo também é em relação à empreiteira, a mesma é campeã em processos que correm junto à 2º instância do Conselho de Justiça. Se algo não der certo, irá à população pagar novamente o pato. Também se acredita que teríamos maiores prioridades, muitas obras para refazer a cidade já fazem aniversário, com direito a bolo e café, mas a obra simplesmente é plebisciteira. Bem, todos teremos como nos manifestar nesse dia. Irei nesses dias de poder da doce e amada, cumprir novamente as minhas obrigações de 1º Cavalheiro. Estou feliz, excelentes dias o serão. Assim sendo, reponho as minhas energias com um monte...de ovos de codorna.

M. J. da Bosta

Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência