20 de março de 2012

CEZAR ZILLIG



"MAIS UM?

Pediatra no vestiário do Centro Cirúrgico significa nascimento, um dos raros aspectos festivos da medicina. Geralmente festivo, nem sempre. Ontem encontrei um pediatra se preparando para adentrar o CC e brinquei: Então? mais um “Catarina?” É. Mais um; foi a resposta óbvia. Um anestesista que se trocava emendou direto: “e mais um carro!”
Este furtivo e chistoso diálogo demonstra quanto o trânsito foi se assenhorando de território cada vez maior no âmbito de nossas preocupações. O deslocamento passou a ser uma fonte diária de angústia, ansiedade, exigindo revisão de horários e planejamento de rotas de cada cidadão.
O trânsito, que sempre fora uma solução, está assumindo rapidamente feições de problema.
Tempos atrás comentei que os corredores de ônibus não trariam vantagem alguma; pois me enganei, felizmente. Melhorou não só o transporte coletivo, mas, segundo minha percepção, inclusive o restante do trânsito. (O que não pode se admitir é que o tempo ganho com o deslocamento mais rápido seja desperdiçado na espera de conexões nos terminais, como recentemente reclamou um leitor.) Os corredores foram, portanto, uma medida acertada; parabéns aos seus idealizadores.
Mas, como a indústria automobilística não para de crescer, as medidas corretivas têm apenas caráter paliativo e de efeito temporário. A continuar neste ritmo e rumo o que obviamente acontecerá será uma estagnação total do sistema viário; simplesmente o conteúdo não caberá mais no continente.
Uma medida adotada semana retrasada em São Paulo merece ser acompanhada: consiste em restringir o trânsito de veículos de carga no centro da cidade nos horários do rush. É uma maneira de estratificar o fluxo de veículos, deslocando parte do movimento para períodos onde há certa ociosidade.
Vou me permitir uma sugestão: com o trânsito alentecido, em determinada via o fluxo avança um lapso e estagna justamente quando o sinal abre para vias transversais e os que aí esperam não podem seguir ficando retidos até que o sinal muda novamente favorecendo a via principal. Em tais situações, é imperioso que o trânsito seja dosado “manualmente”. No centro, nas horas de pico, o transito precisa ser regido por dezenas e dezenas de guardas assim como maestros regem orquestras."

2 comentários:

Dr.Smith disse...

Para quem mora em Pomerode essa matéria cai como uma luva!
Toda vez que um dos nossos três semáforos principais pifam (e olha que não são poucas),vira aquele caos.A falta de preferenciais e a total indiferença dos policiais da cidade transformam o transito em uma bagunça.
Os guardinhas ficam parando o tráfego (nada contra) para os pedestres na frente da Farmalan enquanto nas esquinas da 21 com Frederico a zona corre solta!(A 21 é uma via de passagem por Pomerode de quem vem de Jaraguá e vai para Blumenau,portanto,de gente que não mora aqui e que excede na velocidade por estar apenas de passagem).
Isso os guardinhas municipais,porque a policia mesmo nem aparece (só em blitz)!
Acho que hoje em dia esse pessoal não é mais treinado para dirigir o transito,não sabem nem sequer os sinais básicos de apito,apenas para multar e fazer blitz contra as pessoas mais simples.
Antes que alguém queira reclamar a favor dos "valorosos" eu pergunto:
Onde estava a policia no Stammtisch quando um bacana da cidade bateu seu carro contra um poste próximo as Malhas Treze e nada foi feito?
Se fosse uma pessoa ao invés de um poste como ficaria?Uma vez que o mesmo foi embora abandonando o veículo no local?

Anônimo disse...

20:20

Lá na Alemanha o mesmo estaria ferrado!!!!!!

ps: aqui na city tem lei para o rico e para o pobre.