26 de setembro de 2011

CEZAR ZILLIG



Guarulhos
Estive viajando e volto impregnado de impressões de outros costumes, outros hábitos, culturas. Felizmente o mundo ainda é diversificado, mas homogeneíza-se rápido. Aliás, quanto mais as pessoas viajam, interagem, mais parecidas vão ficando.

Por uma questão de sorte fui poupado da enchente; como também o fora da catástrofe de 2008. Daí a explicação para o fato de meus últimos artigos terem sido tão divorciados das discussões ensejadas pela inundação: margem esquerda, represas, veículos sob a guarda do Seterb atingidos e danificados, etc.

Escrevo enquanto aguardo há horas o prosseguimento de meu voo para Navegantes, sentadinho aqui no meio de uma multidão no mais importante aeroporto do país, cartão de visita para quem chega das mais variadas partes do planeta. Infelizmente a impressão que se tem é nada lisonjeira. Após dezenas de horas de viagem, passageiros cansados são reunidos numa espécie de curral onde enfrentam enorme e lenta fila dobrada sobre si mesma inúmeras vezes. A razão para tão grande acúmulo de gente é o desproporcional número de guichês da Polícia Federal, ocupados por servidores mal encarados que não retribuem um cortês bom dia. O trâmite dos estrangeiros é ainda mais lento do que dos locais. Enquanto boa parte dos passageiros fica aí retida, suas bagagens ficam rodando, rodando, numa acanhada esteira rolante, estreita e curta, não podendo ser realimentada enquanto os donos das malas não forem liberados pela PF. Nova aglomeração. Apanhar bagagem aqui no Brasil é uma luta; forma-se uma barricada de carrinhos colados à esteira por mal educados que só pensam em si. Esta barricada se forma em qualquer aeroporto nacional e ninguém tenta disciplinar isto.

Os aeroportos por aqui estão mais para rodoviárias de interior, para agências do SUS, abarrotados de gente irritada pelo mau atendimento e ineficiência, que para aeroportos.

A impressão é que nenhum responsável mais inteligente ou comprometido tenta resolver gargalos e minorar o desconforto dos passageiros.

Em Guarulhos, no meio de toda a balbúrdia, um alto falante anuncia reiteradamente serviços religiosos de uma capela. Talvez seja o único aeroporto do mundo a fazer isto. Provavelmente seja o único a esperar por intervenção divina. Seria mesmo ótimo se até 2014 algum milagre acontecesse."


enviado por e-mail pelo autor.
também publicado em www.santa.com.br

8 comentários:

wilson klug disse...

eu estou deveras preocupado tambem com a impressão que vai ficar do brasil pós copa do mundo,porque ante copa ja não ta legal a impressão e nós brasileiros sabemos a morosidade de isso tudo acontecer a minha preocupação que nos ultimos meses eles façam as coisas corendo pra terminar as obras e ai se esqueçam de fiscalizar e que algo de ruim aconteça durante a copa pela má qualidade das obras

Anônimo disse...

Mais um texto da lingua portuguesa assassinado.

Che Guevara disse...

Para aqueles que não tenham acesso a aeroporto e viagens de aviões, para se ter um exemplo disso seria supermercados e bancos.

Além de atendentes mau educados e de mau humor tem as pessoas com os mesmos sintomas que deixam carrinhos de compras no meio dos corredores achando que apenas eles estão lá fazendo compras isso no caso de supermercados e outros que não dão lugar para gestantes e pior os aposentados que vem na hora de pico com uma maleta de todo tamanho com contas de empresas, particulares e até de vizinhos.

Anônimo disse...

Dois testos!!!!

Che Guevara disse...

P/ 10:57

Tu é o esperto, pelo jeito deve ser professor de português.

Ou como dizem nos comentários um "Omem".

Anônimo disse...

Você Che é um chorão!

Ricardo Goerl disse...

RICARDO GOERL
Caros blogueiros
Dois comentários sobre as manifestações acima.
O medo do Wilson Klug é de todo brasileiro consciente. Pela proposta do governo federal, os orçamentos das obras não seriam divulgados.E com o atraso que já se constata, para terminar a tempo, seriam em regime de urgencia, sem controle dos gastos.E no caso dos aereoportos será pior, pois não tem como acelerar as obras, que tem um cronograma de etapas a ser seguido.
O PT falou tanto contra as privatizações, e vai privatizar agora os maiores aereoportos do país. E voces podem imaginar como este regime diferenciado para as obras da copa vai ser uma bandalheira, que o Sarney disse que era contra pois "vai dar margem a corrupção". Se o Sarney disse que vai dar corrupção,voces podem imaginar o que vem por aí.
O segundo,é sobre a reclamação dos idosos levarem pilhas de documentos aos caixas. Nas lotericas e em alguns bancos não estão aceitando que idosos usem a preferencia para efetuar pagamentos de terceiros. Já presenciei idoso indo para na fila comum após ter seus pagamentos recusados no caixa preferencial.Alias, em muitas lotericas tem avisos sobre isto.
Abraços a todos
Ricardo

Anônimo disse...

E o Ricardo um xaropão!