27 de julho de 2011

REVOLTA


Domingo pela manhã fui ao supermercado e ao retornar à Pequena Reata, deparei com zumbidos de munição no ar e, em seguida, revoada de papagaios nos fundos da casa.
Berrei e corri em direção ao local e no chão pulava um papagaio de asa caída e sangrando. Recolhi a ave. Dei-lhe alimentos e água. Sangrava. Na manhã seguinte continuava vivo e observei que se alimentara de laranja. Não havia tocado em banana e ameixas. Busquei alimentação própria (amendoim, girassol, milho, soja, etc.).
Comuniquei o fato à Polícia Ambiental que prometeu que recolheria a ave para enviá-la à Florianópolis. Infelizmente, na manhã de ontem, a ave morreu. Meu esforço foi em vão. Restou dar-lhe uma última morada no solo da chácara que abriga as árvores onde se alimentava e pousava junto com seus companheiros das revoadas barulhentos que me faziam voltar os olhos para o céu.
Revoltei-me. Por que em pleno século 21, é preciso matar papagaios? Por que é comum maltratar animais? Por que aqui mesmo diante de nossos olhos animais sucumbem e morrem de fome? São caçados? Maltratados?
Por aqui já não se ouvem os trinca-ferros que enchiam o ar com o seu canto ha bem pouco tempo. As cotias já não caminham na estrada. Eu já nem ouço os guaximins. O último bugio já faz tempo que apareceu por aqui. A tovaca já não pia. Só se ouve ainda o xororó. O canto do inambú gitan é lembrança do passado. Dos seis frangos d'água azuis que habitavam a chácara, restam só dois. Em outros tempos, mais de 30 marrequinhas pernoitavam nas lagoas da Pequena Reata. Poucos surucuás de peito roxo aparecem. O papagaio de cabeça vermelha sumiu ha mais de 5 anos. Restam rolinhas, canários da terra, chopins, um ou outro tico-tico, tiés, saíras, sabiás, sanhaços, cambacicas, pica-paus, periquitos, tirivas e gaturamos. As coleirinhas desapareceram. Faz tempo que não vejo um canário-assobio ou bandeirinha.
É raro avistar um tangará. Mas, o bem-te-vi ainda está por aqui.
E, pela manhã os jacú-açus, as vezes, estão comendo no cacho de palmito ao lado da piscina e as aracuãs vivem com os patos e galinhas.
Imagino o futuro e deposito minhas esperanças nas professoras e professores, educadores e educadoras acreditando que, só pela educação, haverá conscientização e mudanças.
É preciso evoluir! Não podemos manter a cultura dos antepassados de pós idade média. Não vivemos mais em feudos. Não estamos no século XVIII. Estamos no século XXI.
Então, talvez daqui a cem anos, o homem ainda possa olhar para o céu e observar uma revoada de papagaios!!!

23 comentários:

Anônimo disse...

Com certeza caro blogueiro.
mas devo salientar que a educação deste povo não virá da escola, lá aprenderão as continhas de matemática, os fatos históricos e a ciência, o que fará nossa nova geração ser mais consciente é a educação do berço, aquela passada de pai para filio.
Att;
Gilberto

Bertholdo disse...

Parabéns por essa belíssima e sensível postagem.
Continuo achando que o seu blog é de excelente qualidade quando não sofre a interferênca de alguns anônimos que só criticam e ofendem pessoalmente dando vazão aos problemas deles.
Talvez um dia eles se curem e possam aprender com você a escrever coisas desse tipo.
Parabéns novamente !!

Rosália disse...

Eu não tenho essa esperança.
assistindo tv e lendo jornal,
poucos se preocupam com a natureza
Àgua tratada para limpar calçadas,
animais sem defesa,tentando sobreviver a invasão de seu habitat
e das armas de seres que se passam
por Racionais.
O que esperar de pessoas que ao derrubar uma árvore acham que se livraram da sujeira de suas folhas.
Rezo para que o homem evolua.

Anônimo disse...

Realmente!!!!

Anônimo disse...

Triste ... muito triste.
Precisamos urgente de um polícia florestal atuante, fiscalizando, patrulhando, mas próxima de quem pode denunciar.

Anônimo disse...

o Sr. não levou a um veterinário?

Anônimo disse...

Temos que denunciar , tudo que vemos de errado, até que alguem toma uma providência :
• SANTA CATARINA
PMSC - BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL - Efetivo: 332
Comandante: Ten Cel PM Leibnitz Martinez Hipolito
Sub-comandante: Major PM Ivenes Pacheco RODRIGUES
Endereço: Rua Joaquim Nabuco, 1668 - Capoeiras - Florianópolis/SC - CEP: 88.090-060
Telefone: (48) 3348-0336 /3240-1270| Fax: (48) 3348 0336
E-mails: pmacmt@pm.sc.gov.br | pmap4ch@pm.sc.gov.br
Web site: www.pm.sc.gov.br

Anônimo disse...

Tem alguém acima que diz que não podemos só criticar!!!!

Qual é a desse cara???

Eu sei...mas não vou dizer!!!

Anônimo disse...

É Pomerode mantendo tradições arcaicas e covardes.

Anônimo disse...

está correto Bertholdo, só falar é fácil. Fazer sua parte, poucos fazem

Anônimo disse...

alguma ONG de utilidade pública, não poderia ser útil e ajudar o Sr. nessa hora?
acho que o Sr. teria esse direito

Anônimo disse...

o Bertholdo tão anônimo como os outros se acha melhor!!!!!!

Rosália disse...

A Ama Bichos sempre ajudou os animais sem Utilidade Pública não
ironize, acho o assunto sério pois cabe apenas a Policia Ambiental, tomar atitudes depois do crime cometido.

Anônimo disse...

"o conceito de utilidade pública envolve a prestação de serviços de natureza social ou assistencial de forma desinteressada à coletividade, suprindo-lhe determinadas necessidades. A atuação da entidade é voltada para a sociedade ou um determinado setor dela e não para a obtenção de lucro ou de vantagens pessoais."

Ajudar o Sr Bachmann a tratar um animal enquanto ainda estava vivo, não considero ironia. Ele é um cidadão, representante da nossa sociedade. Qual o problema?

Anônimo disse...

Ai! Ai! Ai!

Anônimo disse...

é Oba Oba, mamata é uma coisa. Mão na massa é outra.
Parabéns Sr. Bachmann pelo post.O Sr faz muito mais pela natureza do que alguns que querem aparecer

Anônimo disse...

O Bachmann faz e não tem utilidade pública!
Bem, isso é para as subvenções!!

Anônimo disse...

Porque tanta hostilidade contra a AMA Bichos, eles fazem muito, vcs é q não sabem. Eles tbem tem blog, vão lá ver. Todos deveriam fazer como o Bachmann que protege os animais que estão próximos a ele. Se cada um fizesse sua parte o mundo seria melhor e não precisaríamos ter uma associação.

Rosália disse...

Sempre o melhor para quem se mantém no anonimato é criticar.
Conhecer a causa e participar,fica
difícil.Ajudamos qualquer animal,
quando somos procurados.

Professora Vera disse...

Parabens pelas palavras Sr Bachmann. Todos deveriam expor suas opiniões e lutar pelos seus ideiais. Assim mostraremos a esta geração que aí está como é necessária a preocupação com o meio ambiente e animais. Volto a dizer, é pelo exemplo que se educa. Se ele não está em casa que pessoas preocupadas como o Sr e os voluntários da AMA sirvam de exemplo para termos futuramente cidadãos comprometidos com nossa natureza.

Anônimo disse...

concordo com 17:04. O Bachmann faz, sem UTILIDADE, SUBVENÇÕES, ETC

Anônimo disse...

Lamentavel que isso ainda aconteca. Inimaginavel para mim alguem matando uma ave assim indefesa... muita covardia de algum 'valentao' que usa de sua superioridade (que vem da arma de fogo) para abater tao belo animal. Talves seja por nao suportar a beleza e a liberdade desse ser tao fragil.... vai saber.
Minha crenca e que pessoas como estas sejam minoria entre nos; minha esperanca e que nas futuras geracoes essa 'classe' de seres ja nao exista.

Anônimo disse...

pais deixam os filhos brincarem com estilingues (fundas, ou bodoques). "eu educo meu filho como quero, quem é você pra dizer o que fazer"
Futuros caçadores que não respeitam a natureza. Cadeia não adianta, mas a multa devia ser muuuuito salgada