22 de outubro de 2012

CEZAR ZILLIG


TROPA DE ELITE

O SANTA não desaponta; é só deixar a semana correr que ele aporta a “inspiração” para o próximo artigo. É o caso da edição de 16 de outubro. A notícia dos diplomas falsos de cursos superiores apresentados por candidatos a soldados da PM ou Corpo de Bombeiros, é um verdadeiro pitéu para colunistas e chargistas. Há aí um punhado de situações insólitas a clamar por comentários. Comentários meus e seus.  
A começar pelo esdrúxulo requisito de curso superior para a tropa. Sem desmerecer as duas corporações que, mormente em Santa Catarina, são exemplares, uma boa formação secundária estaria de bom tamanho, como se satisfazem semelhantes corporações em geral, mundo afora, suponho.
Uma pergunta se impõe: qual a razão para tamanho rigor na incorporação de simples soldados? A primeira hipótese seria a péssima formação secundária constatada nos últimos tempos. Fato que o governo federal tenta remendar, reservando cotas para introduzir nas universidades alunos incapazes de passar num concurso vestibular, como se dois erros resultassem num acerto.
Ingenuamente até poderia se crer que ambas as corporações objetivam ostentar um extraordinário nível de excelência: soldados da PM bacharéis em Direito e soldados do fogo engenheiros, formações com alguma afinidade. (Se os soldados têm que ter curso superior, a oficialidade no mínimo teria que ter phD.).
No entanto, não é nada disto. Quando se vê que cursinhos de teologia e ainda por cima a distancia - de Roraima - servem, passa a se duvidar da seriedade de todo o propósito.
Na edição do dia 18, a leitora Erli Rose Fonseca, aventa outra explicação para descomunal exigência: os policiais passariam a ter piso salarial de nível superior. Bingo! A Dona Erli, matou a charada. Mas, ainda segundo ela, o salário continua o mesmo, ou seja, foi um tiro no pé. Antes de promover toda esta encenação, deveriam ter considerado a sina dos – pobres – professores: todos com legítimo curso superior e ganhando múltiplas vezes menos que um vereador.
O assunto não se esgota por aí: incorporaram, como soldados, 79 “teólogos”, um cândido rebanho suficiente para montar nova seita missionária. Aliás, de policiais espera-se que reajam à altura e de teólogos que ofereçam a outra face.

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também publicado em: www.santa.com.br 


Um comentário:

Anônimo disse...

Poderiam vir à Pomerode, se candidatarem para vereador!!!