Nunca mais!
“O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da história”
Nelson Rodrigues
Desde a inauguração desta coluna, em setembro de 2004, nunca um artigo das segundas-feiras repercutira tanto quanto o da semana passada, “Hay que endurecer?”: 18 manifestações de leitores (já excluídos os amigos, desconheço tudo o mais que o jornal recebeu, contra ou a favor). Contava com reação intensa, afinal, o assunto é candente, é tabu. Seria soterrado por protestos da esquerda de plantão, imaginava. No entanto, surpresa! Apenas quatro cartas contra. Pouco mais que 22%. Tal fato impõe uma revisão do conceito da tão decantada “ditadura militar”. Embora modesta, uma estatística significativa, demonstrando um número bem maior que o suspeitado de simpatizantes da intervenção militar.
O artigo faz reflexões sobre o cenário político dos últimos tempos, resultando numa sensação de Déjà vu: ocupantes de altos cargos públicos, eleitos democraticamente, exaltando os mais desprezíveis déspotas do mundo; renasceu a promiscuidade que havia em 64 com a ilha prisão dos Castros, atitudes que geram insegurança e dúvidas: então é isto que estes senhores – e senhoras – querem para o Brasil? A escalada de greves injustificadas dos últimos tempos, notadamente no setor público, ameaçando paralisar o país, é outro preocupante sinal a evocar os perturbados idos de Jango. Resumindo, este é o cenário político atual, prenhe de irresponsabilidades, de descarados abusos acabando em pizza, que encoraja, inflama solertes bolcheviques, muitos deles os mesmos de então, malbaratando generosas anistias recebidas. O convívio democrático, o jogo limpo não os satisfaz, anseiam o poder absoluto. Isto tudo evoca uma revisão de consciência, culminando por reconhecer a legitimidade da intervenção de 64, um golpe sim, nas pretensões da esquerda.
É de arrepiar imaginar o cenário sombrio caso a conspiração do mensalão tivesse alcançado seus clandestinos fins. Os líderes, os corruptores ativos, dessa espúria manobra nutrem mágoas desde 1964. Conspiram de novo, conspiram ainda, conspirarão sempre.
Cabe aos três poderes da República não se deixar persuadir nem contaminar e agir dentro da lei enquanto for tempo. Antes que se justifique o recurso extremo da intervenção militar. Oxalá nunca mais “hay que endurecer”.
Nelson Rodrigues
Desde a inauguração desta coluna, em setembro de 2004, nunca um artigo das segundas-feiras repercutira tanto quanto o da semana passada, “Hay que endurecer?”: 18 manifestações de leitores (já excluídos os amigos, desconheço tudo o mais que o jornal recebeu, contra ou a favor). Contava com reação intensa, afinal, o assunto é candente, é tabu. Seria soterrado por protestos da esquerda de plantão, imaginava. No entanto, surpresa! Apenas quatro cartas contra. Pouco mais que 22%. Tal fato impõe uma revisão do conceito da tão decantada “ditadura militar”. Embora modesta, uma estatística significativa, demonstrando um número bem maior que o suspeitado de simpatizantes da intervenção militar.
O artigo faz reflexões sobre o cenário político dos últimos tempos, resultando numa sensação de Déjà vu: ocupantes de altos cargos públicos, eleitos democraticamente, exaltando os mais desprezíveis déspotas do mundo; renasceu a promiscuidade que havia em 64 com a ilha prisão dos Castros, atitudes que geram insegurança e dúvidas: então é isto que estes senhores – e senhoras – querem para o Brasil? A escalada de greves injustificadas dos últimos tempos, notadamente no setor público, ameaçando paralisar o país, é outro preocupante sinal a evocar os perturbados idos de Jango. Resumindo, este é o cenário político atual, prenhe de irresponsabilidades, de descarados abusos acabando em pizza, que encoraja, inflama solertes bolcheviques, muitos deles os mesmos de então, malbaratando generosas anistias recebidas. O convívio democrático, o jogo limpo não os satisfaz, anseiam o poder absoluto. Isto tudo evoca uma revisão de consciência, culminando por reconhecer a legitimidade da intervenção de 64, um golpe sim, nas pretensões da esquerda.
É de arrepiar imaginar o cenário sombrio caso a conspiração do mensalão tivesse alcançado seus clandestinos fins. Os líderes, os corruptores ativos, dessa espúria manobra nutrem mágoas desde 1964. Conspiram de novo, conspiram ainda, conspirarão sempre.
Cabe aos três poderes da República não se deixar persuadir nem contaminar e agir dentro da lei enquanto for tempo. Antes que se justifique o recurso extremo da intervenção militar. Oxalá nunca mais “hay que endurecer”.
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