"INSTRUIR
SEM TRANSIGIR
A
julgar pelos melindres do politicamente correto, a UNESCO não teve tato algum ao
divulgar para o mundo todo que nós, sexta potencia econômica, amargamos um 88º
lugar no ranking mundial de educação. Que grosseria, que indiscrição, alardear
aos quatro ventos este nosso handicap.
Não sabe ela, a UNESCO, que em assim agindo pode causar um indelével trauma, um
“dano moral” em 190 milhões de pentacampeões?
Segundo
ouvi de alguns professores, escolas e universidades não mais afixam em murais e
nem dão a conhecer, relações de notas obtidas pelos alunos para não ferirem
suscetibilidades; também pelo receio de virem a responder processos judiciais
promovidos pelos lanterninhas alegando “dano moral”. (A escalada da
judicialização é outro mal que assola o país).
Com
esta prática, os distraídos ocupantes dos últimos lugares não se dão conta da
própria miséria nem veem necessidade de reagir e os bons, os aplicados, não
recebem a recompensa da admiração a que fazem jus. Furta-se assim em exercer a
mais elementar fórmula pedagógica: exaltar o certo e penitenciar o errado.
Tal
como se procura dissimular pífios desempenhos discentes, procura-se deliberada
e ideologicamente, maquiar a inépcia educativa institucional através de truques
ridículos como a abolição da repetência escolar permitindo que estudantes
incapazes, despreparados, ascendam na hierarquia escolar imerecidamente, por
exemplo.
Tal
atitude, além de causar um mal irreparável à qualidade de todo o processo
educativo, fere em particular a dignidade de mestres obrigados a aprovarem
alunos desqualificados.
A
coroação, o complemento, dessa equivocada política educacional, pautada pela
excessiva comiseração, acaba de ser sacramentada através do repulsivo sistema
de cotas para ingresso nas universidades. Uma derradeira pá de cal sobre o
mérito.
Agora,
estudantes que procuraram escapar das deficiências do ensino público se
sujeitando a bitributação representada pelo desembolso para custear instrução
mais sólida, terão que ceder o passo aos provindos da rede pública, em nada importando
caso mais capacitados sejam. Mais uma maneira de se dar logo o peixe...
É
oportuna a questão levantada pela RBS do POR QUE deste 88º lugar. Saber o
quanto se ignora é um primeiro passo na direção certa. A UNESCO apenas alertou
que estamos com os fundilhos de fora. Thanks!"
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