LAURO BACCA

As montanhas de Blumenau (2)

Em nosso passeio pelas não gigantescas, mas ainda assim imponentes montanhas de Blumenau, havíamos partido do morro Spitzkopf, na divisa entre Blumenau e Indaial, seguindo na direção Sul até pararmos para descansar na junção dos municípios de Blumenau, Indaial e Botuverá. O ponto dessa tríplice divisa fica a uma altitude superior a 920 metros. A densa, exuberante e sempre verde Floresta Atlântica é uma constante que confere ainda mais beleza ao conjunto paisagístico do lugar. Foi nesse trajeto que foi encontrada a maior diversidade de espécies vegetais, dentro do recente Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina!

Prosseguindo um pouco mais de dois quilômetros na direção Sudoeste, nos deparamos com outra tríplice junção, desta feita dos municípios de Blumenau, Botuverá e Guabiruba e, surpresa, além de trijunção, é ali que localiza-se ao mesmo tempo o Extremo-Sul do município e o ponto mais alto de Blumenau, com quase mil metros acima do nível do mar, talvez até ultrapassando essa altitude, dependendo ainda de demarcações acuradas que estão sendo feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na sua vertente Norte nasce o Ribeirão Canjerana, um dos formadores do Garcia, onde não há qualquer poluição e onde uma gota d’água pode percorrer a maior distância dentro do vale do Garcia, até sua foz, no Rio Itajaí-Açu, no Centro de Blumenau.

Minha mania de debruçar-me sobre mapas resultou na descoberta desse ponto como o mais alto de Blumenau, há apenas uns poucos anos. Está sendo oficialmente batizado de Morro Loewsky (outro nome impronunciável, mas pertinente), em homenagem ao operário blumenauense e amante das caminhadas ao topo de montanhas, Theodoro Otto Max Loewsky. Sua altura “destronou” o morro Santo Antônio (970 metros), que por sua vez, antes disso, havia “destronado” o Spitzkopf (914 metros), como o mais alto de Blumenau.

Desafio

Partindo dessa tríplice junção para Leste, seguindo por onde o dorso da Serra do Itajaí faz divisa de Blumenau com Guabiruba, passamos por dois cumes, ambos acima da expressiva altitude de 960 metros, seguidos por outros em altitudes superiores, respectivamente, aos 940 metros e 920 metros (altitudes de suas últimas curvas de nível). A seguir, encontramos um com altitude fina determinada: 945 metros, depois outro cume com mais de 940 metros acima do nível do mar.

Algo nos chama a atenção nesse ponto: pela primeira vez em nosso passeio, deixamos as divisas municipais e adentramos Blumenau para encontrar um cume um pouco mais alto, até onde sabemos ainda sem nome, entre cabeceiras dos ribeirões Garcia Grande e Garcia Pequeno. Ao contrário de todos os anteriores, este não faz divisa com outros municípios, sendo, portanto, o ponto mais alto inteiramente dentro de Blumenau, com 950 metros de altitude. Nosso passeio pelas montanhas de Blumenau não coube em duas colunas. Prossigamos, pois, em outra oportunidade.

autorizado pelo autor.
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