MANOEL JOAQUIM DA BOSTA XXX

Novos tempos, mas gostos musicais antigos. Os velhos instrumentos indígenas, as maracás, os atabaques, esses trazidos nos tempos da escravidão. Assim a côrte teve sua alvorada. O descanso dos justos ficou comprometido. O domingo para repouso foi um inferno para muitos nobres e plebeus. Sentiram-se incomodados com os sons primitivos. Sendo quê, os apreciadores não satisfeitos, saiam com suas carroças, e com os cavalos em trote, amigos alojados, com seus ditos dotes e gostos musicais imperavam até as províncias. Para muitos um domingo para esquecer. Talvez seja salutar, esse resgate musical, mas deveriam conter-se, não agitar e bater com tanta força nos instrumentos. Sendo os apreciadores uma pequena minoria. Mas há lugar para todos nessas terras maravilhosas e gentis. Temos também advento de modernidades. A máquina a vapor se faz presente entre nós. Mas como é recém conhecida, ainda temos falta de pessoas habilitadas nessas terras para adestrar a mesma. Assim o seu uso nas obras executadas na côrte, mais atrapalha que ajuda. Os donos de secos e molhados estão a falir. Não aparecem compradores corajosos, tem medo de tanta lama no período de chuva, e do pó na seca. Talvez o Monarca ajude os mesmos, como ajuda a tantos. Teremos mais milicianos. Mas o povo esquece que somente é para restituir, sendo que já tivemos períodos com mais pessoas habilitadas para cuidar da nossa segurança. Assim o Rei toma para si essa decisão. Mas não engana mais ninguém. Não adianta os jornais noticiarem como feito, muitos nobres e plebeus não caem mais em notícias factóides. O Messias revoltoso foi sondado.  Alguém que almeja o lugar do Monarca prometeu cargo junto ao poder público, mas deveria o mesmo não mais ser insurgente. Mas o mesmo aprecia deverás a distribuição dos seus panfletos. Prefere o cheiro do povo, que o odor de muitos nobres. Demonstra assim o Messias, que não é uma serpente, que se esgueira atrás de uma melhor oportunidade. Essas aqui conhecidas como charakas. Teremos em breve oportunidade para ajudar, aqueles que muito cuidam dos bichos, esses que os amam, precisam de dim dim, para fornecer ao menos uma pouco de comida, uma acolhida, pelo abandono que sofrem. Alguns acham que  bicho é brinquedo, que quando se enjoa pode ser abandono em algum canto. Deveria se refletir muito antes de tomar para si essa incumbência. O local escolhido para essa ajuda é uma taberna de muito agrado na côrte. Recebe clientes estrangeiros diariamente. Com certeza será um momento de congraçamento daqueles que amam os bichos. Acompanhado da doce e amada, tivemos momentos agradáveis na festa para auxiliar os nossos velhinhos. Os habitantes dessas terras e estrangeiros, não deixaram de comparecer. Quando é para o bem de muitos, o auxílio vem. Estou feliz, momentos assim demonstram que somente a união que faz a força. Assim um brinde a todos, o meu farei acompanhado de muitos...ovos de codorna.

M. J. da Bosta

Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência.