MANOEL JOAQUIM DA BOSTA - XXIX

"O Messias revoltoso encontra-se atarefado, reúne-se periodicamente com seus advogados, está a defender-se no Conselho Judiciário. Membros do Conselho Legislativo, como também beliscantes do Paço, abrem processo em desfavor do mesmo, cada qual com sua alegação. Querem ver seus nomes longe dos panfletos, que são distribuídos pelos seguidores do velho barbudo. Mas ele sapiente, não esmorece, acredita que as verdades, fatos notórios, que foram julgados pelo Conselho de Justiça, ou continuam em trâmite junto a este, podem ser divulgados. Sendo que a dor e sofrimento que causam a esses, deverá ser suportado. O modo de agir, sem moral tem sua repercussão. Aqueles que estão ao lado dos imorais, fazem ameaças em qualquer momento ao Messias e seus seguidores. Parecem anencéfalos, deveriam se resguardar mais, no momento atual, a facilidade de comunicação permite o envio de cartas rapidamente, se pode atualmente conseguir providências imediatas contra ameaças, bem como pode se espalhar certas situações ainda mais, as mídias internacionais muito se interessam por situações de tentativa de censura, ou negação da liberdade. O tiro pode sair pela culatra. Aquele que se acha um político de renome no reino, levou rasteira, não conseguiu que seu preferido nome para Mestre-mor em escola fosse nomeado. Mas a greve com data marcada não tem a ver com isso, mas sim com o baixo salário pago aos Mestres. Felizes estão os miúdos, puderam fazer-se presentes em Feira de Livros, talvez até mais pelo passeio com a Carroça de Lotação, sempre uma grande alegria. Mas os organizadores, uns artistas, não convidaram todos os escritores do reino, sendo que até o Messias não o foi, mas o mesmo faz parte de Academia de Letras, mas não será referenciado. Também não pode ser referência as apurações sobre irregularidades em escola na província ao sul do reino, sendo que a demora é inexplicável. Quem teve que se explicar no Conselho Judiciário, foi beliscante de alto escalão do Paço, o mesmo deveria cuidar do meio-ambiente do reino, para que os habitantes possam ter sempre água pura para matar a sede, mas parece que os aliados do Monarca, acreditam que tudo podem. Como ele pode, deverá desembolsar DR$ 2.500,00 ( dois mil e quinhentos dim dim reais ), tendo em vista que aceitou transação penal, não iria escapar de condenação, assim precavido preferiu meter a mão na casaca. Atualmente condenações podem custar o fim na vida política. Os donos de secos e molhados na côrte já estão perdendo a paciência, as obras demoram mais que o suportável, não é só o pó que assola, mas a lama do mesmo modo. Alguns trazem a sua vara de pescar, e tentam se divertir, pescando alguns peixes, que se encontram nos buracos com água, quem os colocou lá ainda não se sabe, mas a pescaria é frutífera. A maior decepção será quando a obra estiver pronta, nada demais esta sendo feito, mas um nivelamento entre passeio e área para se locomoverem as pessoas, com a nova invenção que trouxeram para o reino, chama-se bicicleta. Irei um dia convidar a doce e amada, e passear com a geringonça. Para isso precisarei estar com força total, assim sendo, irei consumir um monte de... ovos de codorna." M. J. da Bosta Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência.