2 de abril de 2012

CESAR ZILLIG



"JARDIM DE FRITZ MÜLLER
190 anos do nascimento de Fritz Müller

Alfred Möller, biógrafo e zeloso curador da obra de Fritz Müller, relata: “Quando o sol arde sobre a poeirenta estrada é um refresco adentrar ao bem cuidado jardim. Altas palmeiras leque lançam sombra no espaçoso terreiro em cujos troncos e de outras frondosas árvores, encontra-se em pequeno espaço uma selecionada coleção das mais belas orquídeas e bromélias originárias das matas das redondezas. Do interior de um tufo de inflorescência da Miltonia, nos acenam longos cachos de florezinhas de Oncidiuns, espécies de orquídeas aqui existentes por toda parte. As catleias nos alegram pelas suas enormes, magníficas pétalas tingidas de vermelho rosa; junto ao tronco, bem embaixo, envolta em escura sombra, entrevêm-se as grandes, maravilhosas flores de uma stanhópea. Neste jardim botânico entretanto, as orquídeas não são escolhidas apenas pelas belas flores. Há também representantes de inúmeras espécies de discretas epífitas e Pleurothallidinae, que pouco dão na vista. Não se pode contemplar algo mais delicado que os penachos mínimos e alvos do Phymatidium delicatulum sobre os galhos de uma goiabeira (Tratam-se todas de orquídeas de vários gêneros e espécies).
Mais representadas do que as orquídeas, estavam as bromélias, então o principal objeto de estudo de Fritz Müller. De quase todas as bromélias que ocorriam nas florestas de Blumenau, havia bem umas cinquenta espécies no belo jardim. Pela década de 90 a coleção de bromélias só aumentava. Uma portentosa araucária sombreava toda a casa. Fritz Müller considerava seu jardim como uma “estação de experimentos”.
Desde 1895 as filhas aconselhavam o viúvo pai a ir morar com a filha mais velha, Anna, que residia no centro de Blumenau. Fritz Müller ponderava:”Volta e meia fico a pensar se permaneço em meu chão ou, como me aconselham Anna e Agnes, vendo isto e mudo-me para a casa de Anna. Seria pesaroso me separar de meu jardim onde cada planta é uma velha conhecida e proporciona rico material para permanente observação. Por outro lado não posso dizer que no centro de Blumenau exista algo que me atraia”
Em 20 de abril de 1897 finalmente Fritz Müller se transferiu para a casa da filha, vindo a morrer um mês depois, na tarde de 21 de maio."


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