26 de junho de 2011

LAURO BACCA



"De deltas, corredores e Faema
Três reportagens do Santa nesta semana tiveram relação com o meio ambiente, a saber:

1. Delta do Garcia: a foto na contracapa da edição do último fim de semana revelou um enorme banco de sedimentos na foz do Ribeirão Garcia. Dias antes, o Valther Ostermann também mostrou foto parecida da foz do Ribeirão da Velha. O fenômeno não é novo nem exclusivo destes ribeirões. Ocorre também na foz do Fortaleza e de outros córregos menores. Por traz da simples curiosidade, esconde-se, porém, um grande desequilíbrio ambiental: o do excesso de erosão urbana, fonte de grande parte do material sedimentar. A origem está nas muitas ruas de terra sem drenagem correta, taludes mal acabados, terraplanagens, escavações e ocupações de encostas inadequadas, cujo controle precisa avançar muito mais. Os “deltas” são apenas a ponta visível de um enorme iceberg de problemas como o assoreamento dos nossos rios, do Porto de Itajaí e seu canal etc. Enquanto continuarem aparecendo, podemos ter certeza de que, também neste quesito, as coisas ainda não andam bem para o lado do meio ambiente.

2. Corredores de ônibus: é inacreditável, mas já estão querendo interferir num projeto antes mesmo dele ter sido concluído e muito menos testado adequadamente. Refiro-me ao projeto de lei que, entre outras medidas, pretende permitir a circulação de táxis e outros veículos pelos corredores exclusivos de ônibus de Blumenau. Táxi é tão transporte individual quanto qualquer carro. Um táxi com um único passageiro ocupando espaço no corredor significa atrasar um ônibus com dezenas de passageiros logo atrás. Isso derrubaria o princípio norteador da implantação dos corredores, de estimular o uso do transporte coletivo. Quanto à liberação do uso para certos dias e horários de menor movimento, também não há o menor sentido, pois, nestes horários, as demais pistas também estarão livres. Portanto, além de não necessária, a medida só serviria para complicar a sinalização e a fiscalização dos corredores.

3. Sobre a crise na Cultura em Blumenau, assunto frequente nas páginas do Santa desta semana, a coluna alerta: deem uma olhadinha também na Faema, desprestigiada na atual administração e onde o que não falta são cargos preenchidos por pessoas que não se sabe a que vieram, sem habilitação, ou cuja competência parece que apenas levou em consideração a ficha de filiação partidária. Como resultado, decisões e licenciamentos desastrosos e equivocados se acumulam. É o caso do aterro no terreno vizinho ao Museu Fritz Müller, na Rua Itajaí. Não bastasse um passivo ambiental jamais sanado no local, este novo aterro não só descaracterizou ainda mais o nosso sítio histórico de relevância internacional, como agravou ainda mais os problemas de drenagem."

AUTORIZADO PELO AUTOR
FONTE: WWW.SANTA.COM.BR

Um comentário:

Anônimo disse...

Aqui tá pior!