18 de fevereiro de 2012

FESTA DO CAVALO



Publicado em: http://www.stmt.com.br

FESTA DO CAVALO

Quando nossos antepassados aqui aportaram, vieram com a cara e a coragem, em busca de um lugar para viver e construir um futuro para os seus descendentes. Sabiam que para eles, caberia a morte (der tot). Para os seus filhos, as dificuldades (die not), mas para os netos haveria de haver pão (der brot). Abriram clareiras a facão. Construíram as primeiras moradias de toras de palmito e dormiram em camas de estrado trançado de cipó. Mais tarde usaram como veículo de tração, bois e cavalos que os auxiliaram na retirada de toras que utilizaram para construir melhores moradias. Também na aração, gradeação e capina das lavouras de milho, batata, etc. Dispensavam aos animais, tratamento especial e ao final do dia, os cavalos eram banhados nos riachos e escovados antes de levados à estrebaria onde, eram premiados com rações diferenciadas que continham, especialmente, cana de açúcar que lhes dava mais energia para a labuta diária. O cavalo também era meio de transporte como montaria ou conduzindo a carroça nas idas para a igreja aos domingos e durante a semana, com produtos a serem vendidos no comércio. Mas, o mundo evoluiu! O homem criou as máquinas e começou a utilizá-las em substituição aos bois e cavalos, como tração necessária à produção. Também para o seu transporte. E o animal voltou às suas origens. Livre e solto como nasceu nos prados, campos e pastos do mundo. O homem nunca haverá de esquecer a contribuição dos animais para o seu conforto, a sua saúde e o seu lazer. Foram seus companheiros nos momentos mais difíceis da construção de nossa sociedade. Cavalgar em passeios domingueiros pela região, reunindo grupos saudosos dos tempos antigos é manter o elo de ligação entre o cavalo e o homem, que permitiu construir a sociedade atual. Como os gaúchos que reúnem amigos, cavalos e seus cães ao redor de fogueiras de fogo de chão, com rodadas de chimarrão, muita música e declamando as mais belas poesias do homem dos pampas. Nossa gente poderia realizar a sua festa do cavalo, exibindo seus exemplares com orgulho, nos nossos Clubes de Caça e Tiro, desfilando em dia dedicado aos mesmos quando os melhores, mais bonitos e mais garbosos seriam premiados e haveria um premio especial ao cavalo do ano, baseado em ato ou fato ocorrido na comunidade. A evolução trouxe as máquinas que substituíram os animais nos trabalhos pesados. A festa pode e deve ser também dos cavalos. Se quisermos homenageá-los por tudo que fizeram no passado devemos dedicar-lhes um tratamento especial, mostrando-lhes a nossa gratidão e a nossa própria evolução e compreensão de que vivemos em outros tempos.

RUBENS BACHMANN
Jornalista RG 01650 – DRT-Mtb/SC

2 comentários:

Anônimo disse...

Sehr gut.

Anônimo disse...

lindo texto ! para reflexão !