20 de novembro de 2011

LAURO BACCA


"Sem radar, sem vida
O acidente na rua 7 chocou a população e foi capa do Santa quinta feira. Alta velocidade, passageiros sem cinto, pneus carecas, notificação anterior por excesso de passageiros se juntaram. Quatro jovens mortos. Na segunda feira, dirigindo de São Paulo a Blumenau, não passei dos 90 km/h nem nos melhores trechos duplicados, devido à chuva fina e constante. Mesmo naquelas condições climáticas desfavoráveis até caminhões nos ultrapassavam, alguns carros a 140 km/h. Vimos vários acidentes.

Trafegar a 140 km/h é prática comum nas nossas estradas. Velocidades de 160 km/h e mesmo 170 km/h não são tão raras assim. Calculo essas velocidades com relativa precisão enquanto dirijo, fazendo mentalmente uma regra de três, com base na velocidade fixa do meu velocímetro. Certa vez, incrível, um carro me ultrapassou a 160 km/h em plena serra, cheia de curvas e trânsito.

Diante de tantas mortes trágicas, danos físicos e morais que se perpetuam pelo resto da vida e vítimas inocentes que nada têm a ver com os loucos ao volante, fico me perguntando por que ainda existe tanta polêmica a respeito de radares, controladores de velocidade, bafômetros etc. Que país é esse em que o direito de não produzir provas contra si vale mais que a própria vida humana? O mesmo país que aceita como indiscutível que a vida humana não tem preço? Vidas humanas que valem menos que pardais escondidos? Indústria da multa? Que multas? Dos que cumprem as leis e respeitam a sinalização, ao invés de ficar pondo a culpa nas condições das rodovias, é que não pode ser.

Leis descumpridas
Na minha opinião, basta indicar a velocidade máxima em cada rodovia ou rua, sem necessidade de aviso de fiscalização eletrônica. Pardais escondidos e/ou móveis, como disse o leitor Edson Passold (Santa, 18 de novembro), só prejudicam os infratores, mais ninguém. Se a velocidade máxima na BR-101 catarinense é de 100 km/h, significa que não se pode trafegar ali acima dessa velocidade e ponto final, até que se prove o contrário. Se em trechos da BR-470 a máxima baixa para 60 km/h, trafegue-se respeitando este limite. Mas não é o que acontece. Deparamo-nos com patéticas placas de 40 km/h nos postos de polícia rodoviária que não são respeitadas por ninguém; igualmente, há placas limitando a essa mesma velocidade, lugares de travessia de pedestres na BR-470 em Gaspar, solene e plenamente ignoradas por todos os motoristas e nada acontece, então, por que ou para que elas estão lá?

Esses exemplos explicitam nossa cultura de leis feitas para não serem cumpridas. Porém, se é verdade que a vida humana não tem preço, ou comecemos a respeitar a sinalização (legislação) ou, em caso contrário, vamos continuar assistindo a esse massacre diuturno, equivalente a um acidente de avião com duzentos passageiros mortos, a cada dois dias, nas estradas brasileiras."



também publicado em: www.santa.com.br

6 comentários:

Anônimo disse...

Como o nosso povo não respeita, lombadas físicas, as eletronicas na maioria não funcionam mais e são de alto custo de aquisição e de manutenção. E ainda corre dim dim por fora na aquisição delas.

As lombadas físicas são baratas e eficientes.

Dr.Smith disse...

É isso aí!
Lombadas físicas não podem ser adulteradas,não erram e com certeza provocam mais medo que as eletrônicas.Podem ser colocadas em qualquer local sendo indiferente o tipo de calçamento existente sem necessitar adaptações.Excelente para a frente de colégios e creches da cidade.Multa é o trabalho da policia de transito que deve notificar o multado no ato da infração!E não receber uma multa em casa,emitida por uma máquina e contra a qual não adianta recorrer.

Anônimo disse...

Nao se enganem, nada poe mais medo do que mexer no bolso. Lombada eletronica é muito melhor, só reclama dela quem excede a velocidade. Ademais, lombadas físicas viram brincadeiras de alguns condutores que gostam de "saltá-las". Vi uma sra. idosa falecer assim em frente a casa na minha mãe, na noite de natal, quando atravessava a rua em frente a uma lombada fisica e um motociclista resolveu nao parar e a atropelou.
Lady TESSA

Anônimo disse...

Lady TESSA

a maioria das lombadas eletronicas de Pomerode e as Blumenau, estão desativadas, devido a falta de manutenção, pois a licitação foi ilícita. De modo que não temos nada.

Anônimo disse...

Falando em lombada, como faz falta aquela que foi "retirada" em frente ao Momma, Zoológico. Você vindo pela ponte do centro e quer ir sentido Supermercado Mocan, o cuidado tem que ser redobrado, a velocidade dos carros vindo pela Hermann Weege é de assustar, também vale constar que o motorista não tem muita visão dos carros que trafegam Hermann Weege sentido Blumenau!
PS: ta aí mais uma dica para uma INDICAÇÃO na tribuna!

Dr.Smith disse...

Cara Lady Tessa:
As lombadas eletrônicas realmente ferem onde o ser humano mais sente dor que é o bolso,mas com equipamentos desregulados e sem manutenção acabam ferindo quem nada deve.Em Pomerode não se consegue dar manutenção adequada nem sequer a meia duzia de semáforos da cidade quanto mais as lombadas( se bem que estas geram din din)!Isso se chama: industria da multa.
As lombadas servem como um sinal de largada para um formula 1,pois após passarem por ela os carros aceleram para compensar o tempo perdido.
Em uma lombada física a retomada de velocidade seria menor,pois o automóvel estaria a 5 km e não a 50!Lombadas físicas minimizam o risco de acidentes.Verifique a velocidade dos carros em frente ao colégio Dr. Blumenau(via de passagem de pessoas que vem de Jaraguá para Blumenau e que por não morarem aqui correm como loucos,pouco se ligando com nossos filhos) e veja se não temos razão!Quanto a senhora citada em seu comentário,sinto muito por ela, mas do jeito que está,pode vir a ser muito pior!A postagem é justamente sobre respeito as leis de transito,coisa que não acontece de nenhuma das partes envolvidas:pedestres,motoristas,ciclistas e motoqueiros.E não se engane,motociclista é quem pilota motocicleta,estes respeitam as leis e sentem prazer em pilotar devagar e aproveitando a paisagem,quem atropelou a pobre senhora deve ter sido um motoqueiro(nome dado a quem pilota uma motinho meia boca e que deve ser um office boy ou um entregador de pizza) apenas um moleque que não tem mais o que fazer e nenhuma responsabilidade!