6 de fevereiro de 2011
NO TEMPO DAS TAINHAS
Na minha adolescência, meus pais moravam na Rua São Paulo, em Blumenau, quase defronte à estação ferroviária. Nos meses de maio e junho, antes do clarear do dia, muitas vezes, embarquei na litorina e me mandei para o litoral. O fiscal nem cobrava a passagem. Chegando em Itajai, pegava a "Praiana" e me mandava para Camboriú. Lá procurava os lances de tainha ou o "olheiro" e a hora do lance.
Ajudava a puxar o arrastão (corda enrolada na cintura e caminhando de ré) e me divertia com o pulo dos peixes na área da rede e com as histórias dos pescadores.
Também auxiliava a contagem e o empilhamento das peças na praia (ovadas, não ovadas, outros peixes, etc).
Terminado o "lance", havia a distribuição aos colaboradores e eu, sempre levava de 3 a 5 tainhas muito lindas na minha "bolsa de pesca".
Com o "lucro" da viagem retornava pela Praiana até a estação de Itajai, embarcava na Litorina e voltava à Blumenau, ainda pela manhã ou no começo da tarde.
Acredite se quiser, mas houve ocasião em que, as tainhas chegavam vivas em Blumenau.
As peças eram limpas e cortadas em postas.
Minha mãe fritava as porções e toda a família se deliciava no jantar.
O limão ou laranja brava, era colhido no quintal.
Bons tempos!
Que saudade!
P.S.
Li hoje que em Balneário Camboriú (o nome mudou) será construído o maior prédio da América do Sul que terá 62 andares.
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Um comentário:
Adorei, também voltei ao meu tempo de infância em que Camboriu era longe, e limpa... Obrigada pelo momento, Bachmann
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