23 de janeiro de 2011

NO CERRADO



No interiorzão de Goiás, na década de 70, com Tertuliano e Velho Nhô.
Este velho foi um dos meus amigos, guia e companheiro de caçadas.
Do Tertuliano também.
Neste dia, anoiteceu e não retornou ao acampamento.
Quando eu já pensava e me preocupava em como contar aos filhos que Nhô sumira no "Chapadão da Fazenda Proibida", com os faróis do Jeep, avistamos sua figura na noite, caminhando com outro veado campeiro sobre os ombros.
Corri ao encontro do velho, abracei-o e assumi a carga do campeiro.
Nhô sentou-se, comeu um frango inteiro, bebeu o resto do suco e saboreou gabirobas colhidas à tarde.
Depois, enrolou seu palheiro e fumou tranquilamente.
O Velho Nhô me ensinou muita coisa, inclusive, a abrir as moelas de emas para examinar seu conteúdo que pode, as vezes, revelar agradável surpresa.

Bons tempos! Bons amigos!

(Eu ainda fumava e tinha a coragem de abater animais silvestres.)

Fotos: Crista Bachmann

4 comentários:

Anônimo disse...

"CORAGEM"?! Ainda bem que a AMA não te conhecia ainda!

Der Sauerkraut disse...

Pois é...
Hoje acho que é preciso "muita coragem" para matar um animal silvestre.
O termo coragem talvez não seja o mais correto mas, tenho certeza que o Bachmann de hoje, não entende aquele Bachmann.
Será a evolução?

Anônimo disse...

Aqui na city temos muitos que continuam a abater a fauna silvestre.

Anônimo disse...

é preciso lembrar que naquela época a caça silvestre era praticada como forma de obter na natureza a carne que alimentava a familia toda. Hoje devido a caça predatoria que surgiu nos anos 70, foi preciso criar leis e regular a pratica. Então não se trata de coragem mas sim de necessidade um modo de vida comum daquela epoca.