26 de junho de 2013

LAURO BACCA


Detalhes da indignação

Também faço parte dos que foram às ruas em Blumenau e de milhões de brasileiros que há muitos anos vivem indignados e inconformados com tantos e tantos abusos, incompetências, desvios, corrupção, impunidade e, acima de tudo, muito deboche dos nossos homens públicos para com essa que eles chamam de “minoria” que reclama deles. Já não aguentava mais ouvir que a grande arma da democracia é o voto, que lá nas urnas a gente dá o troco. Se os políticos eleitos, com exceções, são xingados a torto e a direito, então eu devo estar votando certo, pois, poucas vezes os candidatos em que votei foram eleitos.

Também faço parte dos que, pelo menos num primeiro momento, lavaram a alma com esse extraordinário estouro de uma Itaipu social que inundou as ruas do Brasil, pois, tenho também minhas indignações pelos descasos e deboches à la Renan Calheiros e suas pastagens alagoanas milagrosas que sustentariam, caso único no mundo, dezenas de cabeças de gado por hectare, parte das justificativas de seus ganhos financeiros.

Nunca me conformei com os desmandos da Ilha da Magia estadual nem com a Brasília da Fantasia. Nesta, o sutil (?) detalhe dos 20 mil funcionários do Congresso e seus altos salários e vantagens pode dizer muito. Privilegiar os vassalos próximos deve ser uma espécie de prêmio antecipado à alguma bajulação e tranquilidade que não encontram lá fora, nas massas distantes nas ruas. Como fica difícil resolver o problema da multidão, exageram em benesses aos que lhes servem sorridentes e com quem topam diretamente nos corredores, elevadores e cafezinhos dos palácios de Brasília. Pequenos detalhes que revelam falta de visão estadista, de funestas consequências para o país.

Falando de falta de visão estadista, não me conformo que um vereador necessite de mais de dois, no máximo três assessores diretos em seus gabinetes aqui em nossa urbe. Há um murmúrio de que querem mais, acham que três ainda é pouco. Agora abriram o concurso para 65 novas vagas na Câmara, despesa de uns R$ 3 milhões por ano. O que virá depois? Não consigo afugentar de mim o mau presságio de que vão resolver os espaços vazios da ampla nova sede do legislativo enchendo-os de servidores comissionados, de necessidade questionável. É para atender melhor o povo, dizem. Sei não. Para assessoria legislativa, três está de bom tamanho, quase demais. Porém, se é para assessorias “outras”, bem, deixa prá lá, devo estar errado.


autorizado pelo autor
também publicado em: www.santa.com.br

3 comentários:

Anônimo disse...

Estimativas apontam que a corrupcao compromete 1/3 de nosso PIB. Se considerarmos que somos uma das dez maiores economias do mundo, este percentual equivale a economias de paises como a Finlandia.
Considerar a corrupcao como crime hediondo e um importante avanco no nosso pais. Eu ainda acho que a pena de morte seria mais adequada, porque seria muito injusto ainda pagar um auxilio reclusao ou mesmo dar prisao especial para estes individuos que corroem nossos investimentos em saude, educacao e infra-estrutura.
Abs,

Anônimo disse...

complementando:
Caso o projeto de lei que caracteriza a corrupcao como sendo um crime hediondo seja realmente aprovado [1] ha de se lembrar que nossos queridos representantes tem coro privilegiado [2].
Logo, nada mais justo que a pena de morte para estes individuos que corroem nossos investimentos em saude, educacao e infra-estrutura.
Abs,

[1] http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/senado-aprova-texto-base-de-projeto-que-torna-corrupcao-crime-hediondo.html
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Foro_privilegiado

Anônimo disse...

No nosso país não falta lei. Falta cumprir ela. É somente uma medida para acalmar os ânimos e mais nada. Resultado prático zero.Quantos políticos corruptos temos presos em função da lei existente???