17 de junho de 2013

CEZAR ZILLIG


Arruaceiros travestidos

Protestar por aumento de passagem de ônibus é uma tradicional diversão de estudantes. Estudantes secundários, ginasianos que nem sabem quanto custa ganhar a vida. Há um certo glamour em posar de agitador das massas. Quando estava no ginásio, teve uma “greve” destas e eu estava todo ouriçado para participar. Assim que o “velho” soube, decretou: “Não, senhor! Não me vai lá se meter a rabequista. Os estudantes que antigamente depredavam bondes hoje estão no governo e nada mudou”.


As arruaças que ora infernizam os centros das capitais e são manchetes nos noticiários são pura baderna. Os vinte centavos de aumento das passagens de ônibus foi o pretexto para gente mal resolvida, sem causa, sem compromisso, sem ter o que fazer, sair às ruas e brincar de líder socialista, brincar de Che, brincar de Fidel, de Lenin. Para dar maior legitimidade à brincadeira, agora engordaram o rol de justificativas acrescentando um repúdio às gastanças com a Copa do Mundo e ao déficit de moradias; de lambuja também passaram a incluir na pauta do quebra-quebra a crise financeira na Europa...

A turba se forma como que por esporte, é uma espécie de “farra do boi”, ou das “corridas de São Firmino”, com a diferença que em vez de boi, se põe a provocar o batalhão de polícia. Aí reside a graça: provocar a polícia. Provocar até ela reagir, nem que para isto tenha que se partir para o vandalismo. Vandalismo é o divisor de águas entre uma manifestação ordeira e a arruaça, a baderna.

Um detalhe merece comentário à parte: a mídia está falando em “violência” policial, inclusive contra jornalistas. Será? Por que a polícia, tendo tanto exaltadinho lhes fazendo caretas e buuu, vai se virar contra jornalistas? Deem uma boa olhada na foto do Santa do dia 14 de junho, página 19: um cidadão está sendo preso e a cena é livremente registrada por no mínimo seis fotógrafos, incluindo o autor da foto. O sujeito que está sendo preso segura uma câmera e por isto é rotulado de “fotógrafo”. Para receber tal tratamento, o indivíduo deve ter provocado os policiais, só pode.

Portanto, recomenda-se aos órgãos de classe não incorrerem no erro comum do corporativismo barato, defendendo baderneiros travestidos de jornalistas. Do que a sociedade menos necessita numa hora destas é de uma polícia difamada e titubeante.


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6 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com as palavras do Zilling. E pior que em solidariedade a estes baderneiros, também aqui em Pomerode um grupo quer se fazer de rogado.
Querem fazer um protesto sem ter um motivo, uma fundamentação.

Anônimo disse...

Se aqui é mesmo democrático, peço permissão para discordar, sem ter que ser ofendido. As manifestações públicas aqui no nosso país são até poucas em relação ao que se deveria protestar. Se tomarmos por base os países europeus que vão às ruas protestar pelo que deve ser feito,e até mesmo nossos "hermanos" da Argentina, somos ainda um povo acomodado. Devemos protestar sim, sair às ruas, como fazíamos na nossa época. O que devemos ter é uma bandeira séria. O que não pode ser admitido de maneira alguma, é o dano ao patrimônio público e privado. Os nossos direitos terminam onde começam os dos outros.De parabéns o movimento de protesto ao 1 bilhão gasto nos estádios, que foi feito em Brasília. As vaias no estádio, podem até figurar como falta de educação de nosso povo, mas naquele momento representava a indignação de um povo perto de um pseudo populismo,

Anônimo disse...

Parabens pelo movimento. Chega de sermos estuprados, violentados, etc..., por esses políticos baderneiros,corruptos. É a força do povo, ja cansado de tanta ladroagem. FORÇA BRASIL.

Anônimo disse...

Concordo plenamente com vc 12:56. Está na hora desse povo brasileiro ser e estar ciente dos seus direitos, manifesta-los através de movimentos e que façam políticos repensarem suas atitudes.Hoje, uma multidão em SP praticando civilizadamente democracia.PARABENS.

Cleide Kamchen disse...

Parabenizo aos organizadores do manifesto.


Que o mesmo seja pacífico e democrático!!!


O povo está acordando!!!

Anônimo disse...

Simples e prático. Ou os políticos tem respeito pelo povo, ou medo. Respeito infelizmente deixaram de ter, então... Em todos os países democráticos tem funcionado assim...