10 de junho de 2013

CEZAR ZILLIG


PEC 37, UMA TRAIÇÃO

Os noticiários andam juncados de más notícias, decepções. Matérias prazerosas, edificantes, são poucas. Lamento refletir em meus artigos  estes temas depressivos. Bem que gostaria de só escrever peças inspiradas, descontraídas, contrapontos para tanta bandalheira, mas está difícil.
Vejam só a excrescência que é o tal Projeto de Emenda Constitucional – PEC  de número 37 - programado para ser votado no Congresso Nacional no próximo dia 26 de junho: com a maior desfaçatez, pretensos “representantes do povo” propõem alterar a Constituição para vetar ao Ministério Público sua prerrogativa de responsabilizar agentes públicos por negligência e incompetência. Também pretendem proibir que o MP congele os bens de envolvidos em danos causados no exercício de cargos públicos.
A PEC 37 é IMORAL, só isto! Sua aprovação será mais um grande buraco no trapo em que se tornou a democracia na república brasileira. É revoltante ver que tais iniquidades encontrem tamanho apoio entre os (Argh!) “representantes do povo”.
A traição partiu do Deputado Federal Lourival Mendes do PTdoB do Maranhão e lamentavelmente, já em junho de 2011, foi aceita para tramitação pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. (PTdoB, marque bem o nome deste partido e de todos os partidos cujos parlamentares apoiarem semelhante golpe!) Embora conflite com os interesses do povo brasileiro, a indecorosa proposta vem recebendo apoio e progride célere na pauta da Câmara dos Deputados, tamanha é a vala entre os políticos (interessados em ver suas falcatruas impunes) e o bem comum.
Dado o cheque em branco do voto, pouco ou nada podemos fazer. Resta-nos o recurso desesperado das redes sociais. Ajude, denuncie no que puder. Grite agora, antes do dia 26!
Uma vez eleitos, políticos transformados em vereadores, deputados, prefeitos, governadores, etc. se julgam independentes do povo, costumam se comportar como pequenos tiranos, fazendo o que lhes apetece. Alguns são capazes de golpes como este contra o Ministério Público, um mecanismo destinado a zelar pelo cumprimento da legislação e da ordem, além de proteger o povo dos abusos, das negligências e da incompetência das “autoridades”.
Só em três países do mundo o poder de investigação exclui os Ministérios Públicos: Uganda, Quênia e Indonésia. (Países mui avançados como se vê!)


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Um comentário:

Anônimo disse...

Eles querem que as coisas fiquem que nem no tempo dos militares. UMA ESCURIDÃO TOTAL.