11 de maio de 2013

PARA TODAS AS MÃES



Ha muitos anos, no Grupo Escolar, declamei a poesia abaixo, homenageando minha mãe e todas as mães de meus colegas, professores, bedéis, zeladores e a secretária. 

Muito da minha vida, vivi longe de minha mãe.
Talvez por isso, continuo lembrando e cantando, de vez em quando, o poema e guardo a publicação "As Primaveras" em min ha estante. 

PARABÉNS À TODAS AS MÃES! 

EM ESPECIAL PARA MINHA MULHER!

Minha Mãe
por Casimiro de Abreu
Poema publicado em As Primaveras


Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
— Minha Mãe! —

Nas horas caladas das noites d’estio
Sentado sozinho co’a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —

No berço, pendente dos ramos floridos
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
— Minha Mãe! —

De noite, alta noite, quando eu já dormia
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— Minha Mãe! —

Feliz o bom filho que pode contente
Na casa paterna de noite e de dia
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
— Uma Mãe! —

Por isso eu agora na terra do exílio,
Sentado sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —
Lisboa - 1855
.

OUÇA...É DO MEU TEMPO DE CRIANÇA!


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