MANOEL JOAQUIM DA BOSTA

As manifestações continuam na província ao norte. Todos querem que as velhas pedras sejam aposentadas. Existe somente um consenso, que seria a estrada preta. Alguns até gostariam de ver a estrada conforme os primórdios, a poeirenta e lamacenta estrada de chão batido. Talvez seja a opção adequada. Essa sim seria histórica. A polêmica está formada. Com isso tudo, conseguimos atrair jornalistas de tudo que é terra longínqua. O assunto está na pauta dos lares daqui como acolá. E nessas terras daqui como também de acolá, o assunto traz insatisfação a todos. Transparece uma sensação de retrocesso, a tudo aquilo que se conseguiu em matéria de conforto e segurança nas nossas estradas. Sendo que o assunto, ainda deve ficar em pauta nessas terras maravilhosas e gentis por um bom tempo. O Monarca está desaparecido dos eventos sociais, em muitos momentos parece que se esconde do povo. Nem nos corredores do palácio é visto. Também não marcou presença no jantar de final de ano, da Associação de Secos e Molhados. Nem representante mandou ao evento. Acredita-se, que tenha perdido uma boa oportunidade para se despedir de todos. Assim com mais tempo para falar, ex-presidente da associação, ainda pode, lembrar dos tempos árduos após enchente. Lembrou das idas e vindas, das promessas de ajuda, que vinham de tudo que é lugar. Mas o substancial a todos, que seria dim dim para reerguer os negócios, esse não apareceu. O Zé, aquele que é Máne, escutou e não se manifestou. O mesmo também somente tinha palavras de enfeite, nada se concretizou. Mas o Monarca teve a sua possibilidade de se manifestar. Essa veio, no jornal que o acompanhou durante esse período de monarquia. Mas, muito que do que diz a maioria da população não consegue enxergar. Do que diz em relação aos servidores públicos, até o faria ter direito a estátua erguida por parte deles. Parece mais, uma cara deslavada, uma tremenda, cara-de-pau. Mas pode se concordar com umas palavras dele. Ele com certeza, não será esquecido tão cedo. Com o desaparecimento da monarquia, alguns já sonham em disputar futuras eleições, almejam ainda sentar na poltrona maior. Os republicanos não poderão errar na dosagem de cargos. Serão vigiados por todos. Por aqueles que esperam as prometidas mudanças, bem como aqueles, que sabem, se esses errarem, daqui a quatro anos a resposta poderá não ser a esperada. Com a chegada do natal, percebe-se, que nessas terras não tem luz, que ilumine, alguns a fazer um natal bonito. O poder público não tem inspiração. Os secos e molhados parecem que não tem disposição. E assim, o nosso natal é o mais fraquinho, de todos os das terras que nos cercam. Esperemos que isso mude. Como natal é tempo de esperança, que essa prospere. Adquiri alguns ovos de codorna defumados. São mais coloridinhos. Assim sendo, irei servir-me de uns...ovos de codorna.

M. J. Da Bosta

Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimento reais terá sido mera coincidência.