19 de outubro de 2009
PROFESSORES
Do meu amigo Cezar Zillig:
Aos mestres com carinho!
Meu primeiro professor se chamava Cattoni e era muito enérgico. Tolerava pouco os ingênuos deslizes de um menino de apenas seis anos e meio. Por qualquer coisa, fazia anotações na caderneta e cada anotação equivalia um castigo em casa; surras, às vezes.
Mesmo assim, não guardo rancor do professor Cattoni, nem de meu pai.
Pais em casa e professores na escola têm que ter autoridade. Nunca vi meus pais colocarem em dúvida a autoridade dos professores de seus filhos.
Daqueles dias, em meados da década de 50, para cá, ocorreram muitas mudanças. Progrediu-se em alguns casos e se regrediu perigosamente em outros. Os professores foram gradativamente sendo destituídos de sua autoridade, foram gradativamente sofrendo desrespeitos e desmandos.
Atendo dezenas de professores deprimidos, sem motivação, nauseados só em pensar em voltar para a sala de aula. Muitos querem ser removidos para a biblioteca. As escolas não têm bibliotecas suficientes para acomodar a legião de mestres desiludidos.
Graças às lengalengas aduladoras emanadas do ECA, os alunos estão insuportáveis, cheios de direitos e isentos de deveres. Recentemente, um mestre me disse que, de 30 alunos, apenas uns cinco têm vontade de estudar, e estes poucos são prejudicados pela maioria dos desinteressados que arrasam com a disciplina na sala.
Graças aos enganos das inconsistentes políticas de ensino, o professor tem receio de constranger os pupilos. Acontece que constrangimento é um importante instrumento de educação. Notas baixas e reprovação constrangem e se constituem num instigante esporão para que o aluno se mexa, estude e se supere.
Os professores, os mestres, necessitam urgentemente – além de melhores salários – ter restituída a autoridade. Autoridade ante os alunos, ante os pais, ante à direção das escolas. Um professor necessita ter a autoridade para reprovar um incompetente, independente do que pensa a direção da escola ou a política (ideologia?) de ensino vigente. O magistério, essencial para o desenvolvimento da sociedade, tem que deixar de ser subestimado.
Fonte: www.santa.com.br - 19.10.2009
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