19 de novembro de 2008


SEGURANÇA

Bons tempos em que nós Pomerodenses podíamos deixar as portas e janelas abertas e sair de casa, sem preocupação. Bons tempos em que até à noite, quando dormíamos estávamos tranqüilos. Bons tempos em que deixávamos nossas casas, despreocupados e íamos às festas de rei, casamentos, bodas ou confirmações. Hoje, infelizmente, já há quem faça escala entre os membros da família para deixar a festa e dar uma voltinha até a propriedade pra ver se tudo está em ordem. Para nossos veículos providenciamos alarmes. Nas casas também. Nossos opas e omas não podem ficar sozinhos. Alguém sempre deve ficar com eles. Vivemos um pânico geral. Preocupamo-nos com nossos filhos e netos porque a droga está nas escolas, nas festas, na nossa rua e se duvidarmos até nos pátios das igrejas. Os jornais fazem a festa com manchetes sobre furtos, drogas e acidentes. Na tribuna da câmara de vereadores nossos representantes do povo, cobram das autoridades e, em especial, da polícia civil e militar, as soluções para o problema. Culpam o estado, culpam os agentes, os comandantes militares, os delegados, os secretários de estado e o governo, por tudo. Demagogicamente soltam o verbo e encenam gestos e atitudes como se fossem os donos da verdade e capazes de resolver o problema. Esses cobradores das autoridades e dos responsáveis pela manutenção da ordem e da paz na sociedade, chegam a questionar a presença da polícia em rixas que ocorrem em clubes e afirmam que não necessitam da presença da mesma para resolver o conflito. Temos até um Conselho de Segurança. O que faz? Para que serve? Como já disse antes, os Conselhos são abrigo de interessados em ser papagaios de pirata de autoridades que gostam de aparecer em fotos das solenidades que acontecem no município. Gente...não basta culpar a polícia. É preciso assumir que atraímos indivíduos de todos os tipos. Divulgamos a “cidade mais alemã do Brasil”, nossa festa Pomerana e incentivamos a instalação de indústrias que necessitam de mão de obra e que atraem quem busca emprego e que está disposto a trabalhar em qualquer turno ou em mais de um turno. Há também indústrias que, apesar de beneficiadas com incentivos não geram emprego na cidade buscando mão de obra em municípios vizinhos. Infelizmente, também atraímos desocupados, até com antecedentes criminais e que intencionalmente aqui aportam com projetos ilícitos. A nossa hospitalidade contribui para que se sintam “em casa”. Nossos hábitos de quase um século de vida calma e tranqüila facilitam as coisas. Precisamos revê-los. Devemos continuar a ser tão hospitaleiros? Devemos continuar de portas e janelas abertas? Precisaremos construir muros altos, instalar trancas e segredos? Possuir cão bravo? Vamos continuar crescendo e incentivando a instalação de mais e mais indústrias? Ou quem sabe, paramos a máquina e nos dispomos a analisar o que realmente queremos para nós, nossos filhos e nossos netos. Quem sabe possamos ser uma grande atração turística onde as chaminés são somente aquelas que adornam cada lar com um rolo de fumaça do forno a lenha, assando um marreco ou um pão caseiro. A vida nos grandes centros industriais é horrível. Homens que amam a vida vivem nas pequenas comunidades do primeiro mundo cercados pela natureza. Optaram por ser felizes.

18.11.2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro "blogueiro" Bachmann:

Excelente argumentação sobre o crescimento de Pomerode. Nossa cidade é bonita, pacata, limpa, ordeira etc. etc.
Observa-se, porém, grande incoerência por parte dos nossos administradores e por parcela significativa da população. Estimulam a implantação de novas indústrias, vão até buscá-las na Alemanha. Oferecem empregos com faixa salarial de um a um e meio salário mínimo. Ora, que tipo de qualificação de trabalhadores podemos atrair com essa baixíssima faixa salarial? E o pior: oferecemos uma cidade com as características acima mencionadas e com emprego que falta em outras regiões do nosso país. Para piorar ainda mais, de forma incoerente, alguns dos nossos conterrâneos discriminam as pessoas que vêm de outras regiões - Paraná, nordeste, São Paulo etc. - ou ainda pela cor mais escura de suas peles, como se não tivessem direito de ir e vir em seu próprio país. Apenas para citar dois exemplos interessantes: um vereador que tem mais de 30 (trinta !!) processos judiciais, vários deles transitados em julgado, fala dos cidadãos não-pomerodenses como se de segunda categoria fossem e ainda se orgulha de "ter nascido aqui", como se esse fato o tornasse melhor, apesar de não ser honesto. O segundo exemplo me transporta ao indivíduo de Joinville, de nome Rudibert Wacholtz (olha a origem do nome)responsável pela maior onda de roubos de carros que Pomerode já conheceu em toda a sua história. Ah! se fosse um paranaense. Um Zé da Silva.Coitado.Ou coitados deles todos.
Qualquer discriminação é vergonhosa, é menor, é inadimissível. Hoje praticam o que nossos avós alemães experimentaram. Sofreram, não gostaram, mas parece que se esqueceram. Portanto, estou com você quando nos concita a repensar o nosso crescimento. Vale a pena? Creio que não, porque viver nos grandes centros não é horrível como você afirma, é insuportável.

Forte abraço.