13 de novembro de 2008

JASC

Lá no distante ano de 1967, a mais de 40 anos atrás, Joaçaba era sede dos 8°s. Jogos Abertos de Santa Catarina. Comemorava também seu cinqüentenário. Instituía seu hino oficial com letra do Dr. Miguel Russowsky, médico, poeta e sócio de rede de cinemas como o cine Vitória (homenagem à sua esposa) e música de Letefala Jacob, meu colega de Banco do Brasil. Lá naquela cidade “de montanhas diadema” eu era na época funcionário da Carteira de Crédito Rural do Banco do Brasil, participando inclusive de Unidade de Crédito Móvel pelas cercanias (Campos Novos, Erval Velho, Capinzal, Ouro, Abdon Batista etc.) levando o Banco aos bancos de igrejas e salões paroquiais para facilitar a vida do agricultor ou pecuarista, entregando-lhe vales sementes, cheques e firmando mútuos de toda espécie, de custeio e de investimento. À noite, lecionava no SENEC, matemática, geografia e até desenho, a convite de Dr. Homero então diretor. Tive alunos que poderiam, na época, serem meus pais. Agora recentemente, fui aluno de muitos jovens que poderiam ser meus filhos no curso de direito. Mas, voltemos aos JASC. Então (outubro de 1967), tive a honra e a felicidade de fazer parte da comissão organizadora daquela edição dos jogos. Já possuía alguma experiência pela participação de vários Jogos Incoanos, em Blumenau, Curitiba, Ponta Grossa e Mafra. Joaçaba vivia um ano de festas. Companheiros da Comissão Organizadora ficaram na lembrança e jamais serão esquecidos. Dr. Queiroz, Dr. Miguel, Ritter, Omizzollo, Tesser, Mendes, Laske, Rui e tantos outros. Recepcionar as delegações aqui do Vale era muito agradável. Rever colegas de escola, companheiros de juventude e até amigos integrando equipes foi muito bom. Contribuir com a cidade que me acolhera e com meus novos companheiros para o êxito daquela edição dos jogos mais importantes do estado, foi uma tarefa realizada com muito amor e dedicação. Um dia, deixei aquela cidade onde “se as videiras são serenas nos verões fazendo abrigo, as primaveras amenas enfeitam os morros de trigo e nos outonos e invernos os seus lares são mais ternos” e deixei também o Estado, atendendo convocação profissional. Fui subindo o mapa deste meu Brasil e só retornei quase vinte anos depois. Na minha terra, me tornei estranho. Meus amigos tinham novos amigos. Outros como eu, buscaram outras paragens. Descobri que era um estranho na minha terra. Resignado aceitei o destino que me foi reservado. Hoje, recolhido no meu refúgio, entre as lembranças e as novas edições dos jogos, espero viver para voltar à Joaçaba em seu centenário (2017) para assistir aos 57°s JASC e, se Deus quiser, rever os amigos do cinqüentenário.


13.11.2008

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