16 de novembro de 2008

PASSARELA

Tudo o que se fizer em Pomerode que lembre, de alguma forma, as origens alemãs de nossa gente, merece todo o nosso respeito. Afinal, se quisermos continuar merecendo o título de “cidade mais alemã do Brasil” esta terá que ser nossa imagem e deverá constar de nossos cartões postais. Assim, preservar o enxaimel, o plat, os clubes de caça e tiro, as festas de rei e de rainha, do tiro, do pássaro e do bolão e a nossa culinária do marreco com repolho roxo – mesmo que seja com aipim frito, herança dos índios e dos caboclos -, do eisbein, da sardinha com nata e pepino e de tantas outras delícias, sempre será muito importante. Na cidade, temos uma passarela, que também respeitou a tradição e serve de passagem para os alunos do colégio Dr. Blumenau, ligando a área de estudo à de prática de esportes e educação física. Em via dupla, é a garantia de segurança para os estudantes e permite a fluência tranqüila do trânsito, motivando a diminuição de velocidade em área escolar, por afunilar a passagem diante de suas colunas. Nos dois sentidos é para os motoristas e passageiros uma visão bucólica adornada com vasos de gerânios floridos, suspensa sobre a via lembrando edificações da Alte Heimat. A passarela, exposta a todos que por ali passam no início e no final das aulas, recebe a alegria dos estudantes que vem e que vão e é gostoso ouvir a confusão das conversas e os risos de nossas crianças, adolescentes e jovens. Infelizmente, a passarela típica, suficiente, segura e bucólica foi duramente criticada em nossa câmara de vereadores e também os responsáveis por sua implantação. Foi sugerida uma passarela submersa (?) porque a atual aparentaria ser um pombal e que em outras localidades a preocupação era alargar as ruas. Gente eu conheço certo túnel aqui mesmo no Vale do Itajaí. Lá, a iluminação é destruída de tempos em tempos, o túnel é local de consumo de drogas, é palco de assaltos, e as pessoas de bem preferem ariscar a vida entre os veículos no trânsito para atravessar a rua. Lá abaixo do solo, não há vasos com gerânios nem qualquer flores. Quem utiliza o túnel, desde o momento em que inicia a passagem busca tenso a luz no final onde está a saída. Tem até quem se benze quando chega ao outro lado. Sei la...como diria o saudoso Horácio. Dia destes encontrei minha turma da Confirmação de 50 anos atrás e alguém me disse que parecia que o tempo não havia passado para a gente. Na verdade, o tempo passou, a gente mudou e o que a gente consegue é ver a beleza que sempre existiu. Assim é a passarela. Depende de quem a vê e dos sentimentos que carrega no peito.

14.11.2008.

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