10 de novembro de 2008

A MESA REDONDA

Todos os dias, todas as manhãs, se alguém quiser encontrar importantes figuras da nossa querida Pomerode, basta ir ao Restaurante Schroeder. Lá, na mesa redonda, reúnem-se iminências pardas de qualquer administração municipal de nossa Pomerode – os luas pretas não freqüentam o local – e, diariamente, comentam, analisam, discutem e julgam as ações de nossos políticos. Enquanto degustam as delícias do café da manhã, relatam e ouvem o que de mais importante aconteceu ou poderá acontecer. Alguns tem cadeira cativa e outros aparecem de vez em quando. Uns ouvem mais e outros falam demais. Há os que acreditam que decidem os destinos de Pomerode e outros que pretendem participar das decisões. As cadeiras são limitadas. Não sei se só por falta de espaço ou por imposição dos freqüentadores. Por isso talvez o balcão, na mesma hora, tem uma freqüência muito boa. São os que ouvem com vontade de participar. Os membros da fraternidade cultivam laços de amizade antiga e até mesmo originária dos primeiros anos de escola. Sua representatividade lembra algumas “ordens” ou “sociedades” restritas, nas quais só ingressa quem é previamente aprovado. Mas, nem só de aspectos políticos se resume a reunião. Outros fatos e acontecimentos também merecem análise, comentários e até conclusões. Aquela mesa é a nossa Boca Maldita ou a Marreta, onde ninguém escapa se merecer ser mencionado, bem ou mal. E, todos os dias, mais ou menos na mesma hora a mesa está posta e os seus integrantes chegam. A degustação e o papo não se estendem muito e mais ou menos na mesma hora também, colocados em dia os acontecimentos que mereciam ser citados, o grupo se desfaz e deixa o local. Pode ocorrer que um grupo menor pare nas cercanias, para continuar o papo ou manifestar opinião divergente em relação a outro grupo que deixou o local pela outra saída. Não importa. Talvez tenham mais tempo ou nenhum compromisso a cumprir. Certo é que, no dia seguinte, se Deus quiser, estarão novamente naquela mesa. Um dia talvez, alguém, como Sérgio Bittencourt que homenageou seu pai Jacó do Bandolim, entrará numa manhã, cantando ou murmurando....”Naquela mesa ele sentava sempre....e me dizia sempre....”

09-11-2008.

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