25 de novembro de 2008

O TANENNBAUM


Essa canção de Natal, remonta ao século 15 e é, possivelmente, a primeira canção natalina dedicada a um pinheiro - uma árvore. No século 16 era comum, pelo Natal montar num dos cômodos da casa uma árvore e enfeita-la pendurando na mesma maçãs, nozes e doces. A árvore (Tanennbaum) era admirada por Martinho Lutero o pai da reforma, que via nela a sua extraordinária capacidade de permanecer inalterada, na cor e no viço, sob as intempéries do frio inverno europeu ou de seu verão escaldante. Somente em 1730 surgiram as primeiras velas enfeitando o Tanennbaum e somente no século 19 com o crescimento do transporte ferroviário o pinheiro de Natal, tornou-se conhecido em toda a Alemanha. Ao contrário da comunidade evangélica (com a força de Lutero), a igreja católica manifestava-se contra a árvore, afirmando que via no presépio o símbolo que mais se identificava com o Natal. Na atualidade não existe uma só igreja católica em toda a Alemanha onde, pelo Natal, não se encontre pelo menos, um Tanennbaum. Aqui no vale, nos bons tempos de minha infância a canção era tocada, cantada e murmurada por todos os lugares. Naquela época o Natal tinha cheiro de maçã argentina, americana ou canadense, de uvas frescas colhidas na parreira do quintal e de doces natalinos – pfeffer u. Weinachten kuchen -. A poluição ainda não tinha destruído as cigarras e nem tampouco os vagalumes. Aos sons e às luzes destes, se juntava o som de muitas e muitas gaitinhas de boca da Hering que eram o presente de todos os Natais. Em cada rua, em cada beco de cada bairro ouvia-se e via-se crianças com suas gaitas Hering, chocolates (Saturno ou Sander) e maçãs, festejando o nascimento do Cristo menino. À noite, antes da ceia tradicional, todos cantavam Noite Feliz e depois, Oh Tannenbaum! Nossas rádios apresentavam programas especiais e nos anúncios de Boas Festas e Feliz Ano Novo, a música de fundo, muitas e muitas vezes, era Oh Tanennbaum. Hoje, já não se ouvem gaitinhas Hering e nem tampouco existem chocolates Saturno ou Sander. Meio século depois, as maçãs são nacionais (bem mais gostosas), as uvas continuam as mesmas niágaras de todos os lugares, poucas cigarras cantam e os vaga-lumes diminuíram as suas luzes e em quantidade. O Tannenbaum ficou! Está espalhado por todo o nosso mundo. Maravilhoso com suas camadas de ramos. O hino também. Está traduzido para o inglês e existe até versão em latim. É preciso, toca-la, cantá-la, ouvi-la, murmurá-la e sentir sua melodia e a mensagem de sua presença em todas as estações do ano. Assim, nosso Natal, passados mais de 150 anos, será parecido ao de nossos antepassados e conservaremos um pouco – que é muito – das suas tradições e costumes, guardadas no baú de suas memórias, na grande epopéia da travessia do Atlântico. FELIZ NATAL! FELIZ ANO NOVO!

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