MANOEL JOAQUIM DA BOSTA - XLV

Os Repolhos Azedos retornaram com o ímpeto contumaz. As verdades reaparecem. Os aliados da Monarquia os desprezam, mas em qualquer oportunidade de acesso, os lêem também. Aqueles que dizem que o Messias os tinha tirado de circulação por conta própria, não sabem o que dizem e nem o conhecem. A procura pelos panfletos somente aumenta. O Messias teve auxílio de doutor em advocacia para ter a continuidade da circulação dos panfletos. Nenhum que teve seu caminho limpo das pedras nos últimos anos, em auxílio o foi, muitos sumiram. Não buscou o auxílio com um simples rábula, mas procurou alguém que tem estirpe e conhecimentos suficientes. O Conselho Judiciário ratifica que o Messias tem direito de manter os mesmos em circulação. Um a zero para o Doutor e o Messias. Familiar de republicano sofre violência, assim procurou os Milicianos para comunicar e registrar o fato. Espera-se que seja fato isolado, faltando ainda dois meses para o fatídico dia, assim os ânimos poderão realmente ficar exaltados. Chicotes não faltam junto às carruagens e carroças. Os gerentes das casas de crédito do reino estão preocupados. Fizeram muitos empréstimos em consignação para trabalhadores do Paço Real. Fizeram empréstimos considerando a gratificação dos beliscantes. Sabem que dependendo do resultado do plebiscito muitos irão decretar falência. Alguns já consideram muitos créditos perdidos. Até as reuniões para apresentação de candidatos à vaga no Conselho Legislativo, muitas vezes são sofríveis para alguns. Nas terras do Messias aconteceu uma uns oito dias atrás, sendo que o caldo engrossou, acreditava-se que um candidato poderia sofrer alguns arranhões. Até vidros de conservas estavam à mão para eventual investida. Nesses casos tirar o time de campo é a saída. Uma parte da população do reino está muito preocupada, temem o que tem a sair das suas caixas de correspondência. Após muito tempo desaparecida, e quando vista ainda se mostrava emburrada. A Charaka reaparece mais dócil e afetuosa. Foi vista percorrendo os quatro cantos do reino. Assim o medo de colocar a mão na caixa de correspondência é real. A qualquer momento a mesma poderá estar à espreita, e somente aguardando o momento certo para o bote. Assim os provincianos, ou melhor, os interioranos, precavidos sempre estão com um porrete à mão. Difícil prever se a mesma conseguirá sobreviver. Mas a luta pela sobrevivência política é árdua para uns velhos lobos do reino. Talvez até seja melhor uma renovação, assim continuará ao menos a esperança por dias melhores. Decepções devem ser deixadas para trás. Faço o mesmo, estou a refazer a minha vida. Como é bom ganhar o perdão. Assim um brinde com cuba Fidel libre, acompanhado com ...ovos de codorna.

M. J. Da Bosta

Obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos reais terá sido mera coincidência.