12 de janeiro de 2009

SABEDORIA POPULAR

“Essa briga já é de tempo, mas a Justiça só dá um jeito depois que ocorre uma tragédia”. A frase foi dita por uma pessoa de família blumenauense após a ocorrência de uma tragédia que custou a vida de um de seus membros. Seis tiros acabaram com uma vida. Infelizmente, a manifestação corresponde a mais pura realidade. Desentendimentos ocorrem e pessoas há na sociedade que, diante da impunidade reinante e das “soluções” que costumam ocorrer para atitudes que praticam contra o próximo, acabam por gerar situações em que, desacreditado da justiça, alguém a pratica, cansado de esperar pela mesma. Talvez sob constante ameaça e provocação que, quando comunicadas às autoridades, não merecem a devida receptividade. Na verdade, só lhe resta praticar a auto defesa, em defesa da própria vida, constantemente ameaçada. A força que aciona o gatilho não tem sua origem, unicamente na pressão de seu dedo mas também, na ausência da aplicação da lei antes da tragédia. Boletins de ocorrência são registrados. Geram Termos Circunstanciados que, merecem conclusões de renúncias sugeridas às vítimas e acabam arquivados. Em conseqüência novos registros ocorrem e novos TCs são gerados e também arquivados. A vítima chega a ser considerada como provocadora ou é acusada de ter contribuído para a atitude do agressor. Sugestões aparecem no sentido de deixarem a localidade, esquecerem princípios e aprenderem a conviver com hábitos e costumes contrários aos costumes herdados de seus pais. Sem a justiça do seu lado e sob constante ameaça à própria vida, desamparado pela Lei., talvez só tenha restado ao autor do homicídio a opção de salvar a si mesmo provocando a morte de quem ameaçava a sua vida. A frase dita por parente próxima revela toda a realidade de nossos dias. Talvez se as autoridades tivessem acreditado na gravidade dos fatos a tragédia teria sido evitada. Infelizmente, a justiça continua cega, surda e muda. Duas vidas restaram acabadas e uma família destruída. Como já dizia meu mestre de Introdução do Direito, magistrados há que acreditam ser Deus e promotores, por sentarem à direita dos mesmos, filhos Dele.

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