6 de janeiro de 2009

PARA REFLETIR

Conheço um afro-descendente que vive em Pomerode, desde o distante ano de 1993, quando, no mês de maio, o então candidato a candidato a deputado federal, João Pizzolatti, convocou amigos, conhecidos, formadores de opinião e jornalistas – dentre outros - para participarem de seu projeto político. Em todas as campanhas que se seguiram, iniciando em 1994, lá estava o fiel companheiro à disposição nos comitês, a qualquer hora do dia ou da noite. Enquanto Pizzolatti ensaiava gestos e discursos diante do espelho na sede do sindicato, o companheiro afro-descendente em Pomerode, buscava santinhos nas gráficas, depois os distribuía para os cabos eleitorais e ainda lhe sobrava tempo para servir à D. Luci, como motorista, em suas idas à Blumenau ou até mesmo, nos deslocamentos em Pomerode. Era motorista para levar doentes aos hospitais, realizar viagens do interesse dos partidos ou dos candidatos e atender vereadores ou outros políticos. De campanha em campanha, desde 1994, o homem era dedicação integral ao deputado, ao partido ou à coligação escolhida pelos líderes. Ele estava lá na campanha da Magrit, na derrota do Paulinho e agora na vitória e também, em todas as campanhas do deputado, com ou sem Gilmar. Quantas vezes o filho pequeno adormeceu sem ver o pai voltar. Quantas vezes a esposa esperou até altas horas e o marido não veio. Como assessor, foi despedido talvez na pior fase de sua vida, quando enfrentava problemas de saúde e, em conseqüência, outros de ordem econômica ou financeira. Foi readmitido. Nada mais justo. Por que? Perguntem ao deputado. Sua vida continua. Em companhia da loira esposa e do pequeno herdeiro, adaptou-se às tradições e costumes da terra e integrou-se ao meio onde desfruta de muitas amizades. Por sua dedicação de tantos anos e pelo serviço prestado na campanha que elegeu o Paulinho prefeito, ele e muitos de seus conhecidos e amigos, esperavam vê-lo fazendo parte da nova equipe da prefeitura. Decepção geral. O homem não foi lembrado e parece que nem cogitam de aproveitá-lo. Mais uma vez, foi útil na campanha mas, não serve ou não tem lugar na equipe do novo prefeito. Reúne qualidades. É competente no que sabe fazer. Sua dedicação nas campanhas é integral. É leal e fiel. Por que não serve para compor a equipe? Será que é porque não é loiro e não tem olhos azuis? Acho que não pois, Pomerode não é racista segundo costumam afirmar as lideranças locais. Sinceramente, criaram até uma nova secretaria para o presidente do partido e não encontram lugar para o amigo dedicado, fiel e leal afro-descendente. Acho que é injustiça! Reflita comigo.

SAUERKRAUT – 05/janeiro/2009.

Um comentário:

Bettina Riffel disse...

gostei do que escreveste... com ressalvas....
Pergunto: esse cidadao tem interesse num cargo de confianca dentro da prefeitura ?