JUVENTUDE POMERODENSE

Sou de um tempo em que os jovens eram considerados incendiários, idealistas, sonhadores e até mesmo a esperança de novos dias para o país e sua gente. Não fui terrorista nem guerrilheiro mas combati o bom combate em defesa dos direitos, princípios e valores herdados de meus antepassados. Tinha todo respeito pelos símbolos de minha terra e meus heróis eram brasileiros como eu. Participei de uma única greve quando empilhamos nossas bicicletas na subida do morro do Pedro II e pichamos o muro com a frase: “As máquinas da sabedoria reclamam carvão”. Nossos mestres professores, servidores do Estado estavam sem receber. Receberam sem ir à greve. Os esdtudantes foram por eles e para eles. Hoje vejo muitos jovens seguindo lideranças locais a troco de cargos na equipe da Prefeitura ou seus órgãos. Aplaudem a liberação do FGTS que lhes permitirá saldar suas dívidas e tem o prefeito como herói liberador da verba. Ilusão. Adversários são considerados inimigos quando deveriam ser respeitados como cidadãos pomerodenses pelo direito de praticar a liberdade de pensamento. Apregoam que seus líderes lhes reservam espaço no futuro, em algum lugar das conquistas da “família”. Sonham pouco. Basta que conquistem um lugar no “cabide” que lhes permita TER condições de TER seus sonhos de consumo. Da Pátria, dos amigos, da sociedade em que vivem, da escola de seus filhos, do futuro de seus netos nem lembram ou nem querem ouvir falar. Infelizmente, não são incendiários, nem idealistas, nem sonhadores. Parece que não tem princípios, nem valores ou um pouco de ética. Lembram mais os lambe-botas de outras épocas que viviam e morriam pelos coronéis que lhes propiciavam alguma condição de destaque entre a população da cidade ou da região. No Rio Grande eram pelegos, capachos em outras áreas deste país e também títeres, marionetes, fantoches ou até mesmo testas-de-ferro. Pomerode precisa de seus jovens incendiários, sonhadores, idealistas que tenham esperança de melhores dias para a cidade e sua gente. Jovens capazes de juntos com velhos incendiários, hoje bombeiros (como eu e tantos outros) mudar o comando dos destinos de nossa c idade. Coronelismo não! Oligarquias não! Nepotismo não! Fisiologismos não!

SAUERKRAUT – ABRIL/2009