18 de março de 2009

POR QUEM OS SINOS DOBRAM?

Me perdoe o grande mestre Hemingway a ousadia de utilizar o título de uma de suas grandes obras - na qual descreve Madri como “um carnaval de traição e podridão” - para refletir sobre a situação deste país querido e desta nação imensa e amada que sonhou muito e infelizmente....acordou! A militância que um dia gritou de peito aberto que a esperança venceu o medo agora, vê a esperança corroída e consumida pela corrupção. Churchill, o velho estadista inglês, que adorava charutos e usava cartola afirmou um dia que “nunca tantos deveram tanto a tão poucos!”. Aqueles idealistas do PT que nascia à véspera da década de 80, com certeza, haverão de afirmar uns aos outros que nunca tão poucos destruíram os sonhos de tantos! Aqueles “líderes” que se diziam “heróis” até de lutas armadas (camaradas) contra o regime militar, mostraram a verdadeira cara. Sei lá se foi porque “o poder corrompe” ou porque a transformação de estilingue em vidraça gerou novos conceitos, novas idéias e novos ideais. A verdade é a que está aí, nas rádios, nas televisões, nos jornais e nas rodas das mil e uma esquinas deste Brasil. A nação fala, ouve e vê corrupção em todos os lugares e o tempo todo. Idosos afirmam que a história se repete ou que já viram o mesmo filme. Outros, mais jovens, outrora “caras pintadas”, assimilam estupefatos as denúncias, os saques, as transferências e o mensalão. A juventude com a energia de incendiários que os outros já foram, quer buscar as ruas, pintar a cara e exigir mudanças. Os adolescentes e as crianças ouvem a mesma história que eu já ouvia na década de 40. O Brasil é o país do futuro. O Brasil é a grande potência do amanhã. A coisa está feia! A decepção é grande. Nem tanto entre os adversários mas muito, muito mais, dentro do próprio PT que cobrava a transparência, a honestidade, a retidão e a probidade na condução da administração do erário público. Mais ainda, naqueles que um dia, a pé, de bicicleta, de carroça, de jegue, ou com qualquer meio, se dirigiam aos comícios portando a bandeira vermelha do partido, somando homens e votos até o dia em que, com quase 53 milhões de sufrágios, levaram o LULA ao Palácio do Planalto. Até mesmo naqueles que foram expulsos do partido e buscaram a SOLidariedade no infortúnio comum. Será que, militante idealista, te restam energias para reconstruir tudo a partir das ruínas? Por tudo isso ao concluir, ouso repetir-te militante do PT que um dia acreditastes em certos líderes o que já escreveu John Donne (1573-1631): “Não perguntes por quem os sinos dobram; ELES DOBRAM POR TI”!

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