10 de fevereiro de 2009

SONHOS E ILUSÕES

Quando eu era pequenino, minha mãe ensinava que o Juiz era um homem justo, sábio e detentor de enorme conhecimento. Na minha caminhada pela vida, encontrei juízes de todos os tipos em todos os lugares por onde andei. Mereciam – ou cobravam? - tratamento especial por parte do Banco. Havia os que requisitavam talão de cheque por telefone. Um funcionário especialmente designado se encarregava da entrega. Outro comparecia à gerência do banco e pedia ao gerente que providenciasse notas novinhas de todos os tipos disponíveis para o valor que estava sacando. Ao tesoureiro só restava selecionar as cédulas conforme a solicitação, subir a escada, se apresentar na sala do gerente e entregá-las ao ilustre cliente, recolhendo o cheque respectivo para autenticação posterior. Lembro que lá no território, na década de 70, o juiz era federal e seu poder era superior ao do governador nomeado. Até aí, tudo bem. Já no século 21, no primeiro semestre do curso de Direito, a coisa mudou um pouco. Na primeira aula de introdução ao Direito, o professor disse com todas as palavras que da cabeça de juiz e de bunda de nenen nunca se sabe o que vai sair. Disse mais: que 50% dos magistrados acreditavam ser Deus. Os 50% restantes, tinham certeza. E continuou dizendo que o representante do ministério Público (promotor), por sentar à direita dos magistrados, se julgava Cristo. Contou ainda uma historinha de um júri em que ao interpelar uma testemunha já de idade avançada, o advogado de defesa ouviu da mesma que lhe conhecia desde os tempos em que furtava frutas, matava aula para nadar no rio, etc. O mesmo ocorreu com o promotor de quem a velha senhora disse lembrar dos tempos de guri de escola quando entregava os colegas e subjugava os de menor porte físico além de bajular a professora. O magistrado, antes de iniciar sua oitiva, dirigiu-se à respeitável senhora, dizendo que dispensava seus comentários. Devia ter lá o seu passado! Hoje, idoso, pensar o que daqueles que julgam, sentenciam, condenam ou absolvem? Melhor nem pensar!

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