4 de fevereiro de 2009

Abaixo a censura!

A livre manifestação do pensamento está prevista na Constituição de 1988, chamada de "cidadã", pela qual muito lutaram grandes homens deste País, como Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela e tantos outros. Após o regime militar, pregava-se e esperava-se que aos jornalistas, aos pensadores desta terra e aos formadores de opinião, finalmente, seria concedido o direito de falarem e escreverem livremente suas idéias, seus pensamentos, suas críticas ou sugestões.
Pois é, pregava-se. Esperava-se. A realidade é outra. A censura não morreu. Pelo contrário, está viva e atuante. Não como na época do regime militar (detesto o termo ditadura), considerando a ideologia política, mas na forma de boicote econômico.
Hoje, homens no poder manipulam verbas que distribuem para calar as bocas e mentes da imprensa. Bocas e mentes são "alugadas" só para falar bem das "obras" e "acertos" das administrações públicas. Espaços são comprados para rebater manifestações fundamentadas com explicações que não explicam e justificativas que não justificam atos dos que estão no poder. As fotos e os documentos provam o contrário.
Os submissos ao poder econômico abrem suas portas, microfones e páginas para garantir as benditas (ou seriam malditas?) verbas, às vezes, único meio de sustento. Se assim não fizerem, adeus verbas mensais, anuais, ocasionais! Os que resistem, infelizmente, não contam com o apoio necessário de empresários para continuarem manifestando livremente suas opiniões e praticando a liberdade de imprensa prevista em lei.
Talvez ainda não calaram todos. Sabemos que são as idéias que mudam o mundo. Nenhum povo é dominado enquanto os intelectuais tiverem a liberdade de se manifestar e manifestar suas opiniões. Ninguém se eterniza no poder enquanto houver um pensador apenas que ouse manifestar livremente seus pensamentos.
O regime militar impunha a censura. Governantes de agora compram o silêncio, a bajulação, o elogio, os aplausos e a cooperação. São no mínimo semelhantes, com a diferença de que o regime militar jogava limpo e aberto. Gente, tortura nunca mais! Tudo bem. Mas, pelo amor de Deus, também terrorismo nunca mais! Especialmente o econômico praticado por governantes necessitados de apoio, bajuladores, elogios, aplausos, etc., que acreditam que podem calar a voz da verdade, a voz do povo, com verbas orçamentárias.

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