26 de agosto de 2013

CEZAR ZILLIG



Arremedos

Faz quarenta anos que perambulo pelas praias de Santa Catarina, principalmente Porto Belo e entorno. Nunca ouvira de velhos moradores alguém se referir a esta região como Costa Esmeralda. De repente, do nada, escuto reiteradamente nos meios de comunicação a expressão Costa Esmeralda sendo imposta a estas praias. Quanta originalidade! De onde partiria esta inaudita pérola? Do ramo imobiliário? Da cabeça de algum marqueteiro? Ou seria de algum turismólogo?

Nem o termo, nem a ideia são originais. Apenas um pobre plágio da Itália, onde já haviam cunhado este topônimo na década de 1960 para o litoral da Sardenha (Apud Wikipédia). E mesmo lá já era uma imitação da Cote d’ Azur, denominação da glamourosa faixa litorânea do Sul da França desde o Século 19. Portanto, dada à falta de inventividade, a tal Costa da Esmeralda catarinense, não passa de arremedo do arremedo.

Ponto e novo parágrafo: embora adore uma polêmica, fiquei de fora da inflamada discussão que se deu por conta da nova ponte de Blumenau. Não meti a colher simplesmente porque nada sabia sobre o assunto e não tinha opinião alguma para defender ou alardear. Acontece que agora tenho; embora continue nada sabendo a respeito da ponte e seus projetos, me surpreendo tendo uma tardia opinião: Estaiada não, bitte!

Pontes estaiadas viraram banalidade; tem sido a última palavra em termos de sonho de consumo de prefeitos provincianos levantar um estandarte destes como marca de sua administração. Erguer semelhante pinguela por aqui seria cometer um arremedo cafona. Se não quiserem adotar o modelito clássico, mais simples e seguramente o mais barato, tipo ponte Irineu Bornhausen, pensem em algo realmente original, diferente, impactante, apenas permitindo passar o rio por baixo e os carros por cima.

Como sobra espaço, misturemos alhos com bugalhos dizendo rapidinho: de um governo que adota uma política educacional irresponsável tipo Escola sem Fronteiras, onde alunos passam de ano sem passarem nas provas, não é de se admirar que ouse contratar o excedente da medicina internacional, sem sequer submetê-lo a prova de suficiência. Para a mentalidade petralha, o que conta são as aparências. Tipo: “pra quem é, está bom”.

autorizado pelo autor
também publçicado em: www.santa.com.br

Nenhum comentário: