8 de julho de 2013

CEZAR ZILLIG


País de vandalos

Não é o que você está pensando. Este título é apenas um chamariz; não existe semelhante país, assim como não existe a Esbórnia dos alegres rapazes de Tangos e Tragédias. (É certo que existiu uma feroz tribo germânica causadora de grandes estragos ao avançar sobre o mundo cristão, lá pelo Século 5; desde então, atos de depredação evocam a memória da bárbara tribo ao serem rotulados de “vandalismo”).


Para escrever sobre este tema fiz uma acanhada e mal-sucedida pesquisa sobre. Embora nada tenha encontrado, estou convicto que a Sociologia e a Psicologia evolutivas estudam o assunto. Pretendo voltar à carga. Por enquanto, ouso servir-me dos conceitos e noções recolhidas nas mais diversas oportunidades.



O vandalismo é uma deplorável característica humana que pode ser usada como indicador, como índice, de desenvolvimento humano; pessoal e coletivo. Todos os países e todas as culturas têm sua cota de irracionalidade, de vândalos; quanto maior o plantel, mais atrasada é a sociedade. Uma simples relação de causa e efeito.



Usando esta regrinha básica, pode-se dizer que Blumenau já foi bem mais adiantada, cultivada. Sou testemunha de uma triste degradação ocorrida nos 34 anos que aqui resido. Neste período Blumenau também cresceu. Cresceu muito. Mas no quesito cultura, educação, respeito, Blumenau cresceu tipo rabo de cavalo: pra baixo.



O vandalismo é um ato de covardia, praticado por alguém que se julga protegido pelo anonimato ou por estar sozinho, sem testemunhas, diante de um bem comum ou porque se acha no meio de uma turba.



Já contei aqui a historinha de um amigo que durante uma festa estudantil num colégio de freiras, exclusivo para moças, encontrou no banheiro uma plaquinha pirografada com os dizeres “Deus te vê em todos os lugares!”. Além de evitar que as moçoilas fumassem na “casinha”, servia também como uma espécie de antídoto ao vandalismo representado pelas onipresentes piadinhas sujas em banheiros coletivos. Humanos, temos todos certa dose de vândalo. Inclusive alunas de colégios de freira.



A alta ocorrência de vandalismo indica baixa qualidade de educação (educação doméstica!), a velha tecla tão reiteradamente batida, aparentemente sem resultado algum.



O Brasil teve recentemente o desprazer de assistir toda a desenvoltura de seus vândalos. Contemplar a obra ou ver um ser inteligente agindo com irracionalidade deprime.


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