28 de outubro de 2013

CEZAR ZILLIG


NOBRES VEREADORES
" Ruhe ist die erste buergerpflicht. "     (Schulenburg)

Imagino que como legítimos representantes do povo, os senhores leiam o Jornal de Santa Catarina. Leiam-no diariamente. Jornais são murais onde a vida da sociedade se reflete.
Assim sendo, suponho que os senhores tenham lido nesta quarta-feira, dia 24 de outubro, o clamor do Sr. Sergio Mass se queixando dos carros com volume extremamente alto e das motocicletas com escapamento aberto. Pode-se dizer que com sua carta o Sr. Mass tomou para si o encargo de nesta semana apresentar a velha queixa referente a barulho.
Se os senhores, como espero, leem os jornais, devem ter notado que há anos, o barulho é assunto recorrente. A sociedade está rouca de tanto clamar para que finalmente se acabe com esta praga.
Portanto, insignes edis, conclamo-os a se tornarem os heróis que finalmente livrarão a sociedade blumenauense deste mal, brindando-a com a tão sonhada e merecida tranquilidade.
Fosse esta uma sociedade mais educada – educada como o era há cinquenta anos - e não seria necessário recorrer aos legisladores com semelhante súplica. Como disse Schulenburg, “silêncio é a primeira obrigação do cidadão”. Infelizmente, vivem-se no Brasil dias em que ninguém mais tem deveres, obrigações, mas tão somente direitos. Direitos consignados em leis. Consequentemente, firme-se em lei o direito ao silêncio à tranquilidade.
Se nesta legislatura os senhores conseguirem resolver apenas este incomodo, terão cumprido vossa missão. Cumprido com louvor!
Sinceramente, ignoro as leis que Blumenau porventura tenha referindo-se ao assunto. Caso as tenha, são leis inúteis, pois não atingiram seu objetivo. O barulho come solto. A sociedade é sistematicamente afligida pelo desrespeito de uns poucos e as autoridades se omitem.
Assim sendo, sugiro aos senhores atribuírem a este problema o status de prioridade. Criem-se comissões, grupos de estudos, para analisar o assunto em profundidade. Há municípios que acabaram com esta calamidade. Sei que Caiobá, por exemplo, no litoral paranaense, resolveu o problema. Deem um pulinho lá para saber como fizeram. Não há necessidade de reinventar a roda. Caiobá não deve ser o único município a ter reconhecido a importância deste assunto. Muitas outras cidades já devem ter brindado seus munícipes com o respeito e a tranquilidade que lhes é devida.
Solucionando este único problema, os senhores terão simultaneamente conferido um “Título de Cidadão” a todos os munícipes. Desrespeitado, ninguém se sente “cidadão”.
Blumenau 28 10 13
enviado por e-mail -m também publicado em: www.santa.com.br

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