A INCÓGNITA BLUMENAU
" A la vez
nuestras almas hacen cambiar el paisaje " (Pablo Neruda)
O
Santa publicou ontem uma pesquisa destinada a identificar e quantificar algumas
impressões que o blumenauense tem sobre si e sua cidade. É uma tentativa
científica de capturar valores subjetivos e construir a partir daí uma imagem,
uma “marca” como dizem os pesquisadores, o mais fidedigna possível do que seria
Blumenau. Cada um de nós carrega dentro de si conceitos sobre todos e sobre
tudo. Conceitos construídos a partir da percepção de cada um. Neruda tinha
razão, cada alma vê uma paisagem única. Um empresário vê uma Blumenau distinta
daquela vista por um colono da periferia. O comerciante já percebe outra
Blumenau diferente de todas as demais, assim como cada ramo de comercio tem sua
visão particular: um hoteleiro está atento a fatores que nem ocorrem a um
proprietário de uma loja de calçados e assim sucessivamente. Um empregado da
iniciativa privada vê uma Blumenau completamente distinta daquela vista por um
funcionário público. Um político, bem, um político...
Um
punhado de ecologistas convictos vê Blumenau como Lauro Eduardo Bacca: sofrem
vendo o sofrer da exuberante natureza que já existiu por aqui infectada pelo
que ele muito apropriadamente denomina de “Humanose”.
No
outro extremo existem pessoas (“pessoas?) que odeiam Blumenau e deixam isto bem
patente: são os vândalos que aproveitam toda e qualquer oportunidade para depredar
o que a sociedade se esmera em construir; tanto em forma de bens materiais
quanto valores morais. Vândalos são psicopatas e psicopatas, segundo o Houaiss,
portam “distúrbio mental grave em apresentando comportamentos anti-sociais e
amorais sem demonstração de arrependimento ou remorsos”.
Tanto
pessoas, quanto nações e países não gozam de conceitos, marcas, únicas. Blumenau
se orgulha, e com razão, de suas legitimas origens alemãs. No entanto, a
própria nação alemã pode ser vista como o glorioso berço de Goethe, Schiller,
Bach, Mozart, Beethoven, Kant, Fritz Müller, etc. ou como substrato para o
obscurantismo que foi o nazismo. Dependendo das circunstâncias e do interesse,
se destacam virtudes ou vícios.
Pesquisas
como esta realizada pelo curso de Publicidade e Propaganda da FURB, colhendo
dados de campo, servem para se fazer juízos de maior valor e para desmistificar
preconceitos.
Numa
próxima pesquisa seria oportuno sondar se o Blumenauense Fundamental, o BF,
existe de fato ou é apenas uma alucinação que assombra o escritor Maicon
Tenfen.
(Blu 14 10 13)
ENVIADO POR E-MAIL
TAMBÉM PUBLICADO EM: WWW.SANTA.COM.BR
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