7 de abril de 2014

CEZAR ZILLIG


Qual verdade?

“As verdades que cada qual traz no ventre”

Nelson Rodrigues

Os 50 anos do “golpe” militar ensejaram enxurradas de manifestações. Curiosamente, quase só se ativeram a um dos lados desta triste página da história brasileira: só há a página dos “milicos”. Principalmente, a grande mídia debitou, e com juros, tudo nas costas dos militares. A impressão passada é de que “golpe” e ditadura foram maldosos delírios de generais.

Eu, ao menos, não vi matérias historiando o outro lado da questão, o lado dos comunistas que ameaçaram subverter a ordem no país. Não comentaram suas maquinações, seus atos de terror, sua perfídia em usar as liberdades democráticas para tentar implantar aqui uma ditadura de esquerda. Não. Disso não se falou. Relembrar as ações subversivas é algo (argh!) politicamente incorreto. O bonito, o intelectual, o “in”, é demonizar os militares. Houve, sim, quem cometeu excessos, mas culpam-se todos.

Os subversivos que os militares combateram não eram – não são – fracos, não; são obstinados, empedernidos e renascem das cinzas. Estão por aí e quem tem olhos para ver e entendimento para discernir sabe onde estão. (A mídia, ao que parece, não os está percebendo...)

Não são fracos, disse. São espertos, ladinos ao ponto de ardilosamente terem girado o espeto das responsabilidades, apontando-o só para os militares. Conseguiram convencer o povo, sobretudo os que não viveram aqueles dias, de que foram perseguidos porque lutavam pela liberdade, pela democracia. Que ironia! Hoje parece não haver gente com autoridade e audácia para lembrá-los e à sociedade, que em última análise eles são os responsáveis por todo o mal que o povo brasileiro sofreu. Queriam ver nosso país sob o regime comunista. E comunismo, ditaduras de esquerda, amigos, fazem vítimas aos milhares. (Estima-se que Josef Stalin e sua súcia eliminaram cerca de 20 milhões de pessoas e Mao Tsé-Tung fez pior: fala-se na destruição de 40 a 70 milhões de oponentes; ninguém sabe ao certo). Portanto, há que se temer o comunismo como o diabo teme a cruz.

O povo até que sabe disto e digere bem o “golpe” militar; a dificuldade é entender os arrastados anos da ditadura, anos de rescaldo. Os remanescentes comunistas realimentaram zelosamente a fogueira de hostilidades com constantes atos de terrorismo e ações armadas.

Ditaduras, todas, são abjetas, mas história é história e tem que ser contada honestamente, please!

A propósito: leio no Santa de quarta-feira passada: a Anistia Internacional Brasil lançou campanha pedindo a punição de agentes de Estado que cometeram crimes durante a ditadura. Vou ao dicionário e consulto. Anistia: esquecimento, perdão em sentido amplo.

Trama-se, pois, outro tropeço; anistia só valeu para subversivos. Para os agentes do Estado, revanche.


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Também publicado em: www.santa.com.br

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