
"QUE DIZER?
Entre tantos assuntos orbitando a realidade local, nacional, alimentando bate papos em botequins e guarda-sóis, escolher o que para a próxima coluna? Meter a colher na sazonal discussão do refluxo do comércio? Dizer que isto é regido pela lei da oferta e da procura? Ou que tal escrever sobre a péssima execução do trabalho realizado na beira-rio? Grande é a tentação de atacar o ministro cara de pau da Integração Nacional (!) que obscenamente carreou todo o recurso para a prevenção de desastres para o seu curral eleitoral, deixando migalhas para cinco outros estados e nadinha para o resto da (Argh!) “federação”. Poderia então denunciar, pela enésima vez, a servil condição do estados brasileiros que não passam de colônias de Brasília; repetir que o brasileiro não é cidadão, mas súdito etc. Tema sempre disponível é a chaga maior, a BR 470, prova concreta da pouca valia da região no cenário federal. Poderia destacar nossa insignificância quando comparados com os projetos para a Copa de 2014, esse circo, essa dispendiosa vitrine destinada a vender uma imagem falsa de prosperidade, progresso, poder. Poderia compartilhar com os leitores o que já disse a amigos, tendo contrariei alguns, de que a margem esquerda, em vez de mata ciliar, precisa de um sólido muro, um muro como de um cais. Depois sim viria a arborização que deveria ser abusiva como abusiva deveria ser a arborização de toda a cidade. Ou que tal falar sobre ciclovias e transporte de massa? Relataria então o que ouvi do amigo Adilson Anusek que, desejoso de ir de bicicleta para o trabalho, não achou um estacionamento que admitisse bicicletas! Seria um pequeno, mas original ingrediente nesta interminável discussão. Abordaria a necessidade de levar transporte urbano morros acima usando pequenas lotações. Dizer que se for para o povo deixar o carro em casa, o transporte coletivo deveria ser exuberante, excessivo, onipresente, transbordante em horários, alcançando as mais remotas tifas, etc. etc. Com a 101 entupida, poderia questionar por que ainda não há voos entre Curitiba e Navegantes? Escrever sobre a incoerência entre a maciça propaganda da cerveja quando o álcool é uma das maiores causas de mortes nas estradas.
Mas, será oportuno, edificante, ficar ruminando estas penúrias todas?"
Enviado por e-mail. Também publicado em www.santa.com.br

2 comentários:
Valeu!
há cidades num determinado estado, onde a prefeitura comprou a briga dos transportes. Empresas de ônibus faziam somente os roteiros que lhes interessavam. Prefeitura expôs diversas vezes as necessidades da população. Nada. Para alguns bairros, a própria prefeitura colocou vans, para levar os munícipes. A maioria agora prefere pagar pelas vans, o que causou a revolta das companhias de transportes. Exemplo.
Postar um comentário