
"Barulho
Uma ocasião, ao regressar do Réveillon, nos ressentimos da ausência do cão da casa e sua recepção festiva. Onde estaria? Procura daqui, procura dali, até que finalmente foi encontrado encarapitado em cima de um monte de lenha de onde não sabia descer. Socorrido, correu saciar sua sede, que era enorme e fazer suas necessidades. Quer dizer: estava ali há bom tempo; seguramente há mais de um dia. Apavorado, subira no monte de lenha por ocasião dos “fogos de Ano-Novo”.
Não se faz ideia do distress, do terror, que um único estrondo de foguete impacta em toda a fauna: animais domésticos, animais silvestres. Oxalá, o Ibama e os defensores de animais atentem para este importante detalhe e comprem esta briga. Mais uma.
Estou na praia e agora são 9h da manhã do dia 30 de dezembro. Enquanto escrevo, ouço ao longe o batucar maquinal, maníaco, de um “som automotivo” (argh!). Estou com sorte; este infeliz, que não recebeu educação em casa, não teve um pai que lhe dissesse “filho, isto não se faz!”, poderia estar aqui ao lado, uma situação que não sei bem como enfrentaria. Chamaria a polícia? Às vezes adianta.
Aqui nas redondezas, de tempos em tempos, seja dia ou noite, explode um petardo; os pássaros fogem amedrontados e a cachorrada late e uiva. Tem sentido uma coisa destas? Em pleno Século 21, a sociedade abriga indivíduos – adultos, barbados – que se comportam como homens da idade da pedra lascada que se empolgam com barulho. São tão primitivos quanto os nativos que se deixaram impressionar por Caramuru, o Diabo Velho. (Acaso estou sendo “politicamente incorreto”? Ótimo!)
Além deste barulho deliberado e infantil, há outros ruídos a serem combatidos. Dos carros de som, por exemplo; ou dos alarmes desassistidos. Aqui, reverencio a memória do doutor Carlos Nicolau Gofferjè, que uma vez passou todo um final de semana tentando desativar um alarme que disparou na sua vizinhança. Não conseguiu, não encontrou “autoridade” que se sentisse competente; foi um final de semana inesquecível, infernal. Aliás, a bem remunerada vereação bem que poderia criar leis (ou será que já existem?) prevendo pesadas multas para alarmes desassistidos. Barulho é penetrante; invade o espaço, a tranquilidade alheia. É uma forma de agressão. Prosit Neujahr."
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11 comentários:
Na veia!
Alguns seres humanos com atitudes irracionais. Cura improvável.
e depois vem campeonato de som na cidade, onde o organizador afirma que ninguém vai poder mexer com ele...
Como sempre, magnífico!!!! Lembra-me algo que li e não recordo o autor, peço desculpas, mas vou reproduzir... " Quem não tem o que dizer, precisa gritar". E assim, gritam com seus sons em último volume, com rojões ensurdecedores, nos furtando a tranquilidade, espalhando o terror entre os animais desconhecendo a máxima que diz que seu direito acaba onde começa o do outro.É um longo caminho para que a ignorância seja vencida!
E haja caminho ...
Existe uma lei com relação aos alarmes de automóveis.Mas contra a venda de rojões não.
Deveria ser liberada a venda apenas aqueles que fazem luzes coloridas e que realmente são bonitas,não os que apenas fazem estrondos ensurdecedores.
Quanto a musica(se é que pode ser chamado de musica algo que apenas é um ruído ritmado a exaustão e com uma letra que quando existe é obscena)também existe uma lei,mas que apenas nos protege após às 22:00 horas.Até lá somos obrigados a ouvir aquelas aberrações.
O problema é de difícil solução pois fogueteiros e barulhentos em geral também votam e por consequência dificilmente algum politico vá contra eles(mesmo porque muitos são adeptos dos mesmos maus hábitos).
Quanto ao caminho ser longo:
Pode ser longo,mas os carros dos barulhentos são tunnados para isso mesmo!
A lei diz que não se pode soltar tais aartifícios em locais públicos sem a devida autorização, bem como existe a lei do silêncio e perturbação do sossego público.
SMITH
Existe a lei do sossego público, ela pode ser aplicada durante 24 horas do dia.
Os nossos PMs não gostam muito, tem que se deslocar. Preferem correr atrás do ladrões de galinhas e de aipim de Testo Alto. Que eles nunca acham.
é , lei existe... mas...
É verdade!
a legislação não preconiza nada a respeito de decibéis em local público, como o parque de eventos ?
quem tem domínio da legislação pode esclarecer.
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