MANOEL JOAQUIM DA BOSTA IV

"Maravilhosos dias, estes do feriadão. Eu e minha doce e amada, aproveitamos para viajar e passear, em Reinos não muito distantes. Em relação a estes, a côrte e províncias, parecem parados no tempo. Estes Reinos, adiantados o são, em virtude da escolha pela República, sendo que as Monarquias, somente prezam os nobres, e os plebeus são obrigados a contentarem-se com as migalhas. Em vista disso, o Monarca trouxe maquinário, deseja clarear a noite. Pretende instalar uma turbina para gerar energia elétrica na província ao norte, modernidade ainda pouco conhecida por essas plagas. Para isso providenciou uma represa, muitos dizem que é somente uma represinha, recebeu até apelido carinhoso, mas esse nome, somente relembra incompetência, é o nome do Mestre Obreiro, que em outras épocas destruiu o acesso do Messias revoltoso ao seu refúgio. Queriam dificultar as andanças do mesmo pelo Reino, para não incitar os plebeus na sua luta contra a monarquia. Essa tentativa foi infrutífera, o messias conhece atalhos. Mas a luta dos habitantes da província ao norte continua, preferem continuar a usar os seus rudimentares meios de iluminar a noite, do que ficar sem água, sem fauna e flora. Eles consideram a natureza sagrada, o Rei e os seus asseclas, assim não pensam, não tem visão de futuro. O Monarca cegado pela ambição de manter-se muitos mais anos no trono, desperdiça o dim dim real. Decepção também foi o banquete oferecido aos trabalhadores do Paço Real, não tinha o glamour dos oferecidos aos nobres e Mestres. O Cozinheiro Real errou na medida, foi oferecido farofa em abundância. Aguardavam grandes anunciações por parte do Monarca, mas o Rei entrou mudo e saiu calado. Comentam que não queria espirrar farofa sobre os convivas. O Rei não conseguia diluir a mesma, somente com um caneco de bebida, estava entalado. Para que os trabalhadores não tivessem o mesmo problema, muitos nobres e plebeus, que sonham em ocupar uma cadeira no Conselho legislativo, ofereciam bebidas, assim os plebeus conseguiam engolir a seca farofa. Talvez, deveria ter sido encaminhado a farofa para o Pombal Real, os pombos, com certeza brigariam pela iguaria. O Rei mandou construir o pombal, em terras de seu de confiança, sendo que este ganhou muito dim dim real. Também temos novo milionário na província localizada ao sul do Reino. Nova indústria irá instalar-se, assim comprou imóvel pertencente a um de confiança do Rei. Poderia o Monarca economizar, quem é milionário não precisa de favores da Monarquia, em detrimento dos plebeus. A decepção continua em relação as estradas, as carroças estragam toda hora. O pouco dinheiro que alguns conseguem economizar, tem que ser usado nos consertos, as rodas de madeira desfazem-se nos buracos enormes que existem nas estradas, tanto da côrte, como das províncias. Isso é um absurdo. Os nobres somente agradam e continuam lisonjeando o Rei. Eu o faço com a minha doce e amada. Assim sendo, preciso de energia, irei comer um...monte de ovos de codorna.


M. J. da Bosta"